Jornal Estado de Minas

COMPORTAMENTO

Fim de ano: como lidar com estresse e ansiedade com a chegada de 2023

Como todos os anos, é de costume brasileiro idealizar o fim de ano como o mês de festança, com as datas comemorativas do Natal e o Réveillon. O ano de 2022, veio para ser diferente dos demais, com a eleição presidencial causando grande polarização política, tensão na população brasileira, e a Copa do Mundo, que ocorre no Qatar, momento que o patriotismo fala mais alto e gera nervosismo e ansiedade durante os jogos, sem contar a agenda de trabalho que acaba se tornando um verdadeiro desafio nesse período. 





Se em um ano comum, o índice de estresse ocorre em média entre 75% das pessoas, conforme apontam os dados da ISMA – BR (International Stress Management Association), é comum afirmarmos que os casos disparam em um ano atípico como 2022". 

A psicóloga Gabriela Andriani, mestre e doutora pela Unicamp,  especialista em terapia de casal e família pela Northwestern University (EUA), especialista em psicoterapia breve pelo Instituto de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da USP, e membro filiado da Sociedade Brasileira de Psicanálise (SBP), destaca que, historicamente, dezembro é o mês em que as pessoas ficam mais emotivas, a partir de uma retrospectiva daquele ano.

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"Elas costumam verificar se suas metas pessoais e profissionais foram alcançadas e se tudo saiu conforme o planejado. A sensação de frustração aparece no indivíduo a partir do momento em que é percebido que não se teve êxito nos planos que foram definidos para aquele ano. O estresse gerado com essas quebras de expectativas combinado com a ansiedade de novas metas fazem com que o final do ano seja para muitos um momento prejudicial à saúde mental", lembra a psicóloga.




Formas de aliviar a tensão

A psicóloga conta que, um estudo feito em 2010 pelo neurologista Tony W. Buchanan, mostrou que quem está próximo de pessoas estressadas acabam se contagiando por essa mesma sensação. "Isso indica que a emoção negativa causada com o encerramento de um ano não afeta somente o indivíduo em si, mas em todos à sua volta".

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Existem formas de tentar amenizar essa tensão, “olhar de forma mais positiva, observar os aprendizados adquiridos com erros e metas não alcançadas, buscar estabelecer planos mais próximos da realidade em que se vive, estar próximo de pessoas que gostam", são algumas das orientações que Gabriela Andriani levanta para a diminuição da ansiedade e tensão. 

Para a psicóloga, "olhar a vinda de um novo ano como uma oportunidade de continuar colocando em ordem os projetos e não como um encerramento de ciclo".

Gabriela Andriani enfatiza que "vale a pena que as metas sejam pensadas de acordo com o limite individual e saber reconhecer que nem sempre seremos 100% em tudo. Caso ocorra uma prolongação de estresse, ansiedade e nervosismo, é recomendado a procura de um profissional, pois pode existir outras causas com um grau maior de seriedade”.