Jornal Estado de Minas

DESABROCHAR PARA A VIDA

Livro empreende uma jornada em busca da compreensão do ser


Em Caminhando em Círculos, Leila De Luca revisita velhos sonhos para empreender uma jornada em busca da descoberta do ser. No livro, lançado pela editora Kotter, a autora tenta compreender e vivenciar o que envolve o ser humano e a existência na Terra. Aponta caminhos sobre essa discussão que de, tão ampla, parece não ter fim. E sem conclusões engessadas - é o sentir de cada um.



A obra foi escrita durante a pandemia, em 2020, em forma de diário. A ideia surgiu enquanto Leila passava o tempo dentro de casa, trabalhando, e também aconteceu aí seu divórcio. "Precisava escrever sobre as minhas experiências, sobre o que estou vivendo aqui. Mas também são questões que passam pelo inconsciente coletivo. Comecei a escrever para mim, procurando entender o que estava acontecendo naquele momento, com a pandemia sim, mas também a separação", relata, ela que é mãe de dois filhos adolescentes.

Leila conta que o processo de rever sua vida, pela perspectiva dos sonhos, muitos antigos, mas vívidos na memória, também a levou a considerar que se tratava de um tema que passa pela universalidade das coisas. "Perecebi que poderiam ser experiências úteis para outras pessoas, e daí o livro. Não é uma cartilha, é o meu processo, e escrevo para que cada um desenvolva seu próprio processo. Sou uma personagem universal. São passagens que todos vivem", diz.

Leila De Luca é artista visual, graduada em filosofia, taróloga, pesquisadora dos símbolos arquétipos e praticante do ioga há mais de 15 anos (foto: Arquivo Pessoal)
Leila é artista visual, graduada em filosofia, taróloga, pesquisadora dos símbolos arquétipos e praticante do ioga há mais de 15 anos. "Todo meu trabalho é integrado, voltado para essa descoberta do ser, o que é ser humano", conta. Para descrever o livro, ela enumera algumas palavras-chave: tarô, arquétipos, sonhos, sicronicidade, almas gêmas e mediunidade.



Sobre almas gêmeas, especificamente, levantou assuntos que poderiam auxiliar a entender que tipo de relação é essa, desenvolvendo seu processo de individuação e autoconhecimento. A partir desse ponto, ela diz que foi um momento de transformação e mudança de consciência - passou a compreender as interações humanas de uma maneira aprofundada, pensando na relação consigo mesma e com o outro.

"Tudo isso revivendo esses sonhos, e a partir das relações entre os arquétipos do tarô, que são símbolos que representam nossas vivências, como se fossem esqueletos que todos vivem em algum momento. É algo coletivo", acrescenta.

Leila faz ponderações sobre a era do digital. No Instagram, ela compara, é tudo lindo e perfeito, mas essa pode não ser a realidade. "Para chegar em algo que seja lindo de verdade, muitas vezes a pessoa passou por momentos dolorosos, de angústia, dúvidas, baixa autoestima. E tudo escondido atrás daquele ego, mostrando ali uma persona", avalia. Assim também como acontece nas interações olho no olho. O lado obscuro quase não é pontuado. "Tudo é sempre maravilhoso, é normal esconder o que é negativo, enquanto, na verdade, é preciso aceitar esse negativo, encarar de frente, e assim avançar e crescer."



Leila enfatiza a importância de sair do campo simplesmente teórico para experiências palpáveis. "O diferencial do livro é a prática. Conto meu dia a dia, sem excluir o arcabouço teórico. Falo sobre não ficar apenas no vazio da teoria, mostrando como as coisas de fato acontecem, e como chegar a esse desabrochar, o desabrochar para o autoconhecimento. A partir daí, sabendo qual seu propósito na vida, tudo flui", diz.

Como descreve a autora, o livro também está ligado ao universo feminino e à energia feminina, ainda que não se volte apenas paras as mulheres - os homens também têm seu lado feminino, pondera. "Vivemos tanto essa luta entre o feminismo e o machismo, e o livro quer se aproximar mais desse tema, desse jeito de se mover feminino", diz. Nessa direção, Leila inclusive revela a intenção de criar um grupo de estudos para mulheres, trabalhando, mais que o livro, outros aspectos com os quais tem experiência, como uma seleção de contos de sua autoria, além de dança e meditação.

(foto: Leila De Luca/Divulgação)
O título dado ao livro fala sobre os ciclos pelos quais todos passam. "Somos natureza, vivemos em ciclos. É preciso compreender esses ciclos e caminhar junto deles para então avançar, crescer, desenvolver e desabrochar. Chego à conclusão de que tudo muda na vida. O processo é o ponto central", finaliza.

Caminhando em círculos
está à venda na Amazon.com, na editora Kotter e na Simbolika, loja virtual de livros e oráculos. O trabalho de Leila também pode ser conhecido por sua página no Instagram: @artedeveseravida.