Jornal Estado de Minas

PANDEMIA

COVID-19, dengue e gripe: conheça a diferença entre os testes

A pandemia da COVID-19 tem demonstrado a importância da realização de testes para confirmação da infecção pelo novo coronavírus, já que os resultados permitem às autoridades de saúde uma melhor avaliação do cenário e a tomada de medidas para a solução da crise sanitária.





 

O mesmo vale para os testes de gripe, diante do aumento de casos do subtipo H3N2 do vírus Influenza. Para os pacientes com dengue, o atendimento pode ser feito por exames de sangue. Para esclarecer o assunto, o Correio traz as diferenças nos exames e no resultado para cada tipo de testagem para a população saber que exame fará quando procurar o médico para identificar se está com alguma doença viral no corpo.


O diagnóstico para a doença provocada pelo novo coronavírus, por exemplo, é realizado por teste rápido ou molecular (RT-PCR). O mesmo vale para o de gripe, em que o painel respiratório do teste molecular mostra o resultado. Segundo o infectologista do Exame Imagem e Laboratório/Dasa, José David Urbaez, cada vírus tem uma estrutura absolutamente diferente.

"No vírus da influenza, o que você detecta no teste de antígeno são estruturas da hemaglutinina (H) e da neuraminidase (N), que dão nome ao vírus", explica. O especialista destaca que a COVID-19 é outra circunstância completamente diferente. "Você vai detectar na PCR os genes que codificam as proteínas, e isso sem nenhum tipo de relação com as proteínas do vírus da Influenza", afirma.





Quanto a confirmação da dengue, o infectologista conta que são os mesmos princípios, com teste rápido e molecular. No entanto, o que diferencia o exame para detecção do vírus da dengue é o uso da sorologia, porque a resposta de anticorpos para dengue é mais eficaz. "A resposta diferenciada entre Igm e Igg, é muito precisa e nos traz informações fidedignas em relação a dengue na sua fase aguda", detalha. "Via de regra, isso não acontece nem para a Sars-CoV-2 e nem para Influenza", conclui.

Custo

 
Na rede privada, os testes de COVID-19 custam de R$ 120 a R$ 273. No setor público, o estoque de testes rápidos da Secretaria de Saúde do DF (SES-DF) está em mais de 3,5 mil insumos, e de RT-PCR em torno de 13,6 mil. A SES-DF afirmou que "não existe teste de dengue na rede pública", e que "a detecção da doença é feita por meio de exame de sangue", diz a pasta, em nota. Os dados são do portal InfoSaúde-DF, atualizados ontem.

Segundo a Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF), o estoque atual de kits para detecção da gripe influenza no DF "é suficiente para a demanda atual das unidades hospitalares", mas a pasta não detalha a quantidade existente. "Mensalmente, o Ministério da Saúde encaminha nova remessa de kits", acrescenta. A secretaria informa que a testagem para a influenza pode ser realizada por teste rápido ou por RT-PCR, o teste molecular, e que são utilizados todos os encaminhados pela pasta federal.





"A testagem é realizada nos pacientes internados com suspeita de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) ou em outros pacientes, conforme critérios clínicos previamente estabelecidos", acrescenta a secretaria. A SES-DF mantem oito unidades sentinelas, que fazem testes por amostragem de casos com sintomas gripais, conforme preconizado pelo Ministério. São elas: UBS 2 Asa Norte, UBS 12 Ceilândia, UBS 1 Paranoá, UBS 5 Planaltina, UBS 12 Samambaia, UBS 1 Santa Maria, UPA Núcleo Bandeirante e o Hospital Brasília, no Lago Sul.

Assintomáticos

 
Epidemiologista da Universidade de Brasília (UnB), Walter Massa Ramalho explica que os testes de covid-19 são importantes, principalmente para identificar as pessoas assintomáticas. "Precisamos identificá-las para isolar essas pessoas, porque grande parcela dos doentes que transmitem a COVID-19 está assintomática, e diversos países do mundo estão incentivando os testes na população", analisa.