Jornal Estado de Minas

Saúde

Amor em família: mulher perde 30 quilos para poder doar rim a irmã


Aos 42 anos, a secretária Elaine Silva Batista descobriu ser portadora de uma doença autoimune extremamente rara que destróis os tecidos dos pulmões e dos rins, podendo levar a morte em poucos dias. Em 2017, Elaine passou por uma bateria de exames após descobrir que sua pressão estava alta em uma avaliação física de rotina na academia.





Na época, sentindo fortes dores no corpo, como se estivesse resfriada, mas sem desconfiar de nada mais grave, foi aconselhada pelo professor de educação física da academia a procurar uma ajuda profissional. Depois de realizar mais alguns exames de sangue, descobriu-se que sua creatinina sanguínea estava bastante elevada, indicando que seus rins não estavam funcionando de maneira adequada.

 

Marcada a consulta com o nefrologista, a secretária começou a passar muito mal, não conseguia se alimentar ou beber água e queria ficar deitada o dia inteiro. Até o dia que o marido a encontrou desmaiada e a levou para o pronto-socorro. Chegando lá, com a creatinina super alterada, ela teve que ser internada na unidade de tratamento intensivo (UTI), pois já se encontrava em estado grave.

 

Aos 42 anos, a secretária Elaine Silva Batista descobriu ser portadora de uma doença autoimune extremamente rara (foto: Arquivo pessoal)
Elaine saiu da UTI com o diagnóstico, ela tinha uma doença autoimune rara e agressiva, a goodpasture. Entretanto, ela acabou tendo uma piora e sofrendo uma parada cardíaca. Encaminhada para um CTI cardíaco, lá teve que ser entubada e, em coma induzido, já começou a fazer hemodiálise. Com os rins completamente lesionados e o pulmão cheio de líquidos, ela passou bem perto da morte.





 

Quando teve alta, começou a fazer hemodiálise três vezes e o transplante só se tornou uma alternativa depois de um ano da doença. Após dar entrada nos papeis para receber um novo rim e começar a fazer os exames, descobriu que sua irmã era compatível e estava apta a doar seu rim a ela. Para a cirurgia se tornar real, sua irmã caçula teve que perder 30 quilos.

 

“Logo após a cirurgia, o rim funcionou normalmente. Já saí do hospital urinando. Hoje, levo uma vida normal. Vou ao médico de três em três meses, tomo regularmente os remédios necessários, mas tenho minha saúde em dia. Não tenho pressão alta, nenhum descontrole da glicose. E minha irmã também não engordou mais. Além disso, se curou da depressão. Hoje temos qualidade de vida, e sou muito grata por essa segunda oportunidade de vida. Transplante é vida e todas as pessoas poderiam se posicionar como possíveis doadoras", relata Elaine.

 

A médica nefrologista da Fresenius Savassi, Lizia Caldeira, explica que enquanto o rim não chega, a missão da clínica é deixar o paciente com a melhor condição de saúde possível.



"Nós oferecemos o que há de melhor em tecnologias, produtos e insumos para hemodiálise. Um tratamento diferenciado faz muita diferença. Há muitos detalhes que impactam na qualidade de vida dos pacientes. Aqui nós temos acompanhamento nutricional, psicológico, fisioterápico e assistência social. É um cuidado muito amplo. E depois do transplante, fazemos tudo para que o paciente reduza seu risco de rejeição ao órgão".

De acordo com a médica, o transplante é a opção para a falência renal que mais se aproxima de uma vida normal, por oferecer mais liberdade e maior expectativa de vida. “Todos os pacientes em diálise devem discutir esta opção de tratamento com seus médicos”, finaliza.

 

 

* Estagiária sob supervisão da subeditora Ellen Cristie