Ingredientes:
- 4 folhas (médias) de taioba
- 1 concha de óleo
- 1 dente (grande) de alho amassado com uma colher (café) de sal
- 1 litro de água fria
- 1 cuia (ou um prato fundo) de fubá
- 1/2 colher (sopa) de sal
Modo de Preparo:
A taioba
Lavar bem as folhas e rasgá-las, começando pelas laterais - o melhor jeito é segurar o talo com a mão esquerda e puxar pedaços pequenos com o polegar direito. Desprezar o talo. Colocar os pedaços num recipiente com água e, no momento de refogá-los, pegar os montes ainda pingando água, para não ressecar. Refogar assim que o alho estiver dourado na panela. Mexer com o garfo para não grudar.
O angu
Misturar a água com sal e levar ao fogo. Quando esquentar, adicionar metade do fubá - e quando ferver, acrescentar a outra metade de fubá, para o angu dar bastante liga. Mexer o tempo todo, com colher de pau, para não empelotar. Quando estiver no ponto de mingau, tampar a panela e deixar no fogo (baixo) durante meia hora, para suar e ficar molhado. A consistência final é um angu mais mole. Na hora de servir, colocar a taioba sobre o angu.
Mestra do paladar
De novo na estrada, rumo ao município de Caparaó, a 351 quilômetros de Belo Horizonte. A noite vai chegando e o estômago já pede algo mais suculento, que prepare o corpo para uma boa noite de sono e descanso. Aceitando o convite, os viajantes jantam na casa de dona Juçara Rubio Nogueira, casada, mãe de quatro filhos, que sabe tudo de culinária e tem uma horta bem perto da cozinha. Em poucos minutos, ela corre ao canteiro e volta carregada de taiobas, complemento ideal para o angu feito na panela de pedra.Craque na função, ela rasga a verdura com maestria, segurando o talo com mão esquerda e enfiando o polegar direito nas folhas tenras. Depois, mergulha os pedaços na água e os retira, ainda pingando, para refogá-los. "Assim não resseca", explica. Outro pulo-do-gato está no uso de um garfo para mexer a panela e impedir que a taioba grude. Diante de cada movimento, os viajantes se sentem numa deliciosa aula de gastronomia com muita prática.
Mas o melhor ainda está por vir. À mesa do jantar, o angu de fubá da roça tem consistência cremosa, molhadinho. "Muita gente não põe sal no angu, mas eu gosto", comenta, com convicção. Tudo pronto, a combinação de cores mais parece a bandeira nacional, um vivo contraste de verde e amarelo. Esperto mesmo foi quem disse que "comida boa é comida bem-feita". Está aí dona Juçara, que não trai a sabedoria popular e mostra a genuína comida mineira.