Jornal Estado de Minas

Barragem de Fundão

Recuperação do rio Doce

O rompimento da barragem de Fundão, em Mariana (MG), causou impactos de grandes proporções no meio ambiente e na vida das comunidades que vivem no entorno da bacia do rio Doce, em Minas Gerais e no Espírito Santo. A reparação dos danos causados pelo desastre é um trabalho de proporção inédita que a Fundação Renova realiza com a colaboração de milhares de pessoas e parcerias com organizações e universidades. 




Reparar os danos ambientais, econômicos e sociais exige uma atuação integrada que envolve cuidar da saúde dos cursos hídricos e das áreas de preservação permanente, ações de infraestrutura e o estímulo à atividade econômica e ao desenvolvimento das comunidades, entre outros. E a água da bacia do rio doce pode ser considerada um elemento transversal a todas essas frentes de ação.
A água do rio Doce pode ser consumida após tratada. Atualmente, o rio Doce é enquadrado como classe 2, a mesma classificação de antes do rompimento da barragem. Isso significa que sua água pode ser utilizada para consumo animal, irrigação, recreação e, após tratamento, para consumo humano. O processo necessário para que ela seja potável e, portanto, segura para beber, é o mesmo que a água de qualquer rio, do Brasil ou do mundo, precisa passar para ser usada com segurança.
 
A bacia do rio Doce é a mais monitorada do país
São feitos estudos e desenvolvidas técnicas em busca de soluções para o rejeito de Fundão. Várias tecnologias são empregadas no processo de recuperação das áreas atingidas, com cada trecho do rio Doce recebendo as ações e técnicas mais adequadas para sua reparação a partir de indicadores específicos, como: volume, espessura e características do resíduo, além das condições do meio ambiente.




A Universidade Federal de Viçosa (UFV), em parceria com a Fundação Renova, desenvolve três pesquisas sobre os impactos no solo causados pelo rompimento. Os estudos dos professores doutores Maria Catarina Kasuya, Sebastião Venâncio e Carlos Schaefer mostram a eficácia de micro-organismos para enriquecer o solo atingido pelo rejeito, as técnicas mais eficazes para recuperar áreas atingidas e que não há limitações ou riscos para o plantio em propriedades que receberam ações de reparação. 
Outra destinação de recursos compensatórios tem como objetivo estruturar o saneamento na bacia do rio Doce. São destinados R$ 600 milhões para projetos de construção e melhoria da coleta e do tratamento de esgoto e disposição adequada de resíduos sólidos em 39 municípios da bacia do rio Doce. As obras vão contribuir para a revitalização do rio Doce, além de possibilitar que os municípios atingidos cumpram as metas estabelecidas pelo Novo Marco Legal do Saneamento Básico.
Elaborado com a participação ativa dos moradores, o projeto dos reassentamentos de Bento Rodrigues e Paracatu de Baixo, em Mariana (MG), envolve a construção de cidades inteiras, da infraestrutura às casas. 
As obras das primeiras residências estão sendo concluídas e estão em fase de acabamento.




Como o programa de reassentamento tem como missão restabelecer os modos de vida e a organização das comunidades, os terrenos onde as moradias estão sendo erguidas foram escolhidos pelos próprios moradores. Cerca de 470 famílias participam da elaboração do projeto de seus novos lares e acompanham todas as etapas da construção. O protagonismo das famílias faz do processo único no mundo.
Indenização

Retomada produtiva

As ações podem ser divididas em duas frentes: o apoio às pessoas e o apoio às empresas. 58% dos profissionais contratados para as ações de reparação são de municípios atingidos. R$ 118 milhões são destinados a ações de qualificação, emprego e empreendedorismo. Somente em 2020, foram oferecidas mais de 10 mil vagas em 88 cursos de capacitação e qualificação profissional para jovens da bacia do rio Doce.
As contratações de fornecedores para as ações de reparação também priorizam negócios locais, que chegam a 58% dos contratados. Até agosto de 2020, 951 contratos com empresas de municípios atingidos somavam R$ 1,21 bilhão. 




Além disso, são oferecidas linhas de crédito. Foram mais de R$ 51,1 milhões emprestados a 1.474 micro e pequenas empresas até agosto de 2020.
Todas essas ações fazem parte do desembolso de R$ 10 bilhões, até setembro de 2020, para a reparação da bacia do rio Doce. São ações realizadas por 7 mil pessoas, entre colaboradores e terceirizados, com o apoio de mais de 25 universidades e 40 ONGs, em um trabalho inédito e complexo de compensação, estruturação e recuperação.
Saiba mais sobre o trabalho de reparação da bacia do rio Doce.
 

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