Jornal Estado de Minas

VAGA NO SUPREMO

'Se o presidente convida, é muito difícil dizer não', diz Dino sobre STF

O ministro da Justiça, Flávio Dino (PSB), é cotado para assumir a cadeira de Rosa Weber no Supremo. O presidente Lula (PT) também estuda os nomes de Bruno Dantas, presidente do TCU, e Jorge Messias, advogado-geral da União.





 

"Se o presidente da República convida, é muito difícil dizer não. Vou estar desdenhando do STF, é descabido", disse Flávio Dino em entrevista ao jornal O Globo.

 

Ele acrescentou que Lula nunca conversou com ele sobre a vaga no STF. "Sequer insinuou".

 

Dino também respondeu críticas de que usaria o STF como trampolim para disputar a Presidência. Ele declarou ao Globo que "jamais" voltaria à política se fosse indicado ao Supremo.

 

"Se um dia, talvez, eu fosse para o Supremo e pensasse em retornar à política, haveria uma premissa de que eu usaria a toga para ganhar popularidade. Isso eu não farei, ou faria. Jamais. Seria uma decisão definitiva. Ou será, sei lá", diz Dino.





 

O presidente Lula já sinalizou a interlocutores que está decidido a indicar Dino para substituir Rosa, apurou a colunista Malu Gaspar, do jornal O Globo.

 

Após a indicação, o senador Davi Alcolumbre, presidente da Comissão de Constituição e Justiça, deve marcar uma sabatina. Ele vê dificuldades na aprovação do nome de Dino.

 

Dino tem a simpatia de Valdemar Costa Neto, presidente do PL, que declarou que a maioria da bancada votaria pela aprovação. "Se for um cidadão preparado, o que é o caso, devemos votar a favor", afirmou à CNN.

 

 

A fala gerou reação de Flávio Bolsonaro (PL) e outros senadores. "Minha posição pessoal é que jamais votaria a favor de uma pessoa arrogante, prepotente, que defende aborto, não combate o tráfico de drogas e armas. Não passaria", escreveu ele numa rede social.

 

Caso se confirme a indicação de um homem no lugar de Rosa, a ministra Cármen Lúcia passará a ser a única mulher entre os 11 ministros. A cúpula do governo está desconfortável com a lembrança de que a opção por um homem contradiz o discurso sobre diversidade de Lula.