Jornal Estado de Minas

RECADO

Lula ironiza 'genialidade' e diz que anúncios têm de ter aval da Casa Civil



O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) frisou nesta terça-feira (14/3), em reunião com ministros da área social no Palácio do Planalto, em Brasília (DF), que todos os anúncios oficiais devem passar pela Casa Civil, chefiada pelo ministro Rui Costa. Segundo Lula, houve casos de anúncios prematuros por parte de ministros do seu governo, que serão tratados na reunião a portas fechadas, mas não especificou quais seriam. O presidente enfatizou que a Presidência deve ser avisada sobre todas as medidas que as pastas querem anunciar, para que ele possa "chamar o autor da genialidade".





 

"Nós não queremos que nenhum ministro ou ministra anuncie publicamente qualquer política pública sem ter sido acordado com a Casa Civil. Nós não queremos propostas de ministros. Todas as propostas de ministros devem ser transformadas em propostas de governo", discursou o presidente a seus ministros. "A gente também não pode correr risco de anunciar coisa que não vai acontecer. A minha sugestão para que a coisa fique bastante coesa e harmônica é que ninguém anuncie absolutamente nada que seja novo sem passar pela Casa Civil", acrescentou.

Lula disse ainda que, na parte fechada da reunião, alguns casos seriam mencionados. A declaração foi dada alguns dias após o ministro dos Portos e Aeroportos, Márcio França, que não compõe o núcleo social do governo, anunciar a intenção de construir programa para garantir passagens aéreas mais baratas a estudantes.

Estavam presentes 19 integrantes da Esplanada, como o ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias, o ministro da Educação, Camilo Santana, e o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB), além de Rui Costa.



"É importante que, antes de anunciar, (os ministros) façam uma reunião com a Casa Civil para que a Casa Civil discuta com a Presidência, e a gente possa chamar o autor da genialidade", reforçou Lula. Lula citou ainda, aos seus ministros, ter certeza de que conseguirá anunciar as medidas prometidas durante a campanha eleitoral, citando um "grande programa" nacional de educação integral, que pode ser anunciado em breve. O presidente justificou também que o mandato é curto para que todas as medidas sejam implantadas. "O mandato de quatro anos, para quem está no governo, passa muito rápido. Ele demora para quem está na oposição", declarou.