Escolhido por Romeu Zema (Novo) para ser o líder do governo mineiro na Assembleia Legislativa, o deputado estadual Gustavo Valadares (PMN) disse, nesta quinta-feira (2/2), que os projetos prioritários para o Executivo entre os textos que tramitam no Parlamento serão definidos após conversa com o núcleo político do Palácio Tiradentes. Embora tenha afirmado que os focos de atenção ainda não foram apontados, Valadares salientou que a autorização à adesão de Minas Gerais ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF) deve constar na lista de propostas consideradas essenciais ao governo.
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"O governador tem dito que é muito caro ao governo que haja a autorização da Assembleia (para aderir à Recuperação Fiscal), em um fortalecimento de um passo que já foi dado, em um primeiro momento, pelo Supremo Tribunal Federal, dando autorização à adesão. Mesmo assim (com o aval judicial), o estado vê como importante a autorização da Assembleia", disse Valadares.
Filiado ao PSDB por muitos anos, o líder apontou a Recuperação Fiscal como tema prioritário para o governo na esteira do discurso feito por Zema ontem, durante a solenidade de posse da nova Assembleia.
O governador não citou diretamente o pleito pela adesão, mas fez menções à situação das contas públicas estaduais. O chefe do Executivo afirmou que, apesar do superávit de R$ 2,2 bilhões registrado no ano passado, ainda há lacunas no orçamento.
"Ainda temos uma dívida de R$ 143 bilhões (o valor está perto de R$ 150 bilhões, na verdade), que corresponde a 159% de nossa receita corrente líquida. Porém, há de se destacar o expressivo avanço, uma vez que há quatro anos essa dívida representava 189% dessa mesma receita corrente líquida", falou.
"É um projeto importante. Mas, como não tive uma reunião de trabalho com o governo para tratar das pautas (consideradas prioritárias), não tenho como antecipá-las. Tenho certeza que, até pelo discurso do governador ontem, essa (pauta) será uma delas", corroborou Valadares.