Jornal Estado de Minas

VIA DUTRA

Transportadoras e empresas de ônibus cancelam viagens após bloqueios

Interdições em estradas do Rio de Janeiro nesta segunda-feira (31/10), estão impedindo viagens e causando transtornos. Os bloqueios, feitos por apoiadores de Jair Bolsonaro (PL), são em protesto contra a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para a Presidência nesse domingo (30/10).





Leia: PRF aciona Advocacia da União para liberar rodovias fechadas por protestos

 

Três dos cinco pontos de interdição registrados pela PRF (Polícia Rodoviária Federal) são na rodovia Presidente Dutra, que liga o Rio a São Paulo. Os outros dois são na BR-101, na altura de Angra dos Reis, e na BR-116, em Teresópolis.

 

Segundo balanço da concessionária CCR RioSP, com dados até as 12h15, o bloqueio em Barra Mansa continuava nos dois sentidos da Presidente Dutra.

A empresa afirma que implantou uma operação de contingência no km 303 da pista, em Resende (RJ), no sentido Rio. "Equipes da concessionária estão desviando o tráfego para o retorno, evitando que o motorista que está em viagem fique parado no congestionamento provocado pela manifestação", diz em nota.





 

A PRF afirma que apenas na cidade há o envolvimento de caminhoneiros e interdição total da pista. No município, há dois bloqueios, um deles feito por populares.

 

No sentido Rio, havia 18 quilômetros de tráfego parado. No sentido São Paulo, o congestionamento alcançava 10 quilômetros. A Polícia Militar e a PRF estavam no local da manifestação, segundo a concessionária.

Moradores do Rio e de São Paulo não conseguem voltar para casa

 

 

O museólogo João Pedro Miranda, 29, estava parado na Dutra há oito horas, devido a um protesto em Barra Mansa (RJ). Depois de participar de um compromisso de trabalho em São Paulo, retornava ao Rio de ônibus, mas encontrou a barreira na estrada. "A gente está desde as 5h aqui", diz. Em caso de uma abertura da via para ônibus, ele cogitava voltar à capital paulista e pegar um avião de volta ao Rio.

 

O bloqueio da Presidente Dutra provoca reflexos até para quem ainda está distante do ponto da manifestação. É o caso da servidora pública Maria Luiza Cruz, 34. Ela passou o fim de semana no Rio, onde trabalhou como mesária nas eleições, e tentava retornar para São Paulo de ônibus, onde mora.





 

A passagem já estava comprada para uma viagem às 7h30, mas acabou cancelada em razão da manifestação dos caminhoneiros. "Acabei de cancelar minha passagem e estou vendo quanto está custando o bilhete de avião", disse.

 

Os bloqueios em Angra dos Reis (RJ) e Teresópolis (RJ) também são feitos por populares e têm interdição parcial da pista. Em Queimados (RJ), na região metropolitana, há uma concentração de pessoas, mas sem bloqueio, segundo a PRF.

 

Em São Paulo, ocorreram dois pontos de manifestações em rodovias federais nesta segunda-feira (31). Os focos ocorreram no km 51 da BR-153, em São José do Rio Preto, e no km 159 da BR-116, em Jacareí. Segundo a PRF, as pistas foram liberadas ainda pela manhã.





 

Os atos de de caminhoneiros, que ocorrem de modo simultâneo em vários estados, têm relatos de ânimos exaltados e confusão. Ainda segundo a PRF, às 7h, foi registrado um caso de vandalismo contra o carro de uma mulher. A PRF não deu mais detalhes sobre o episódio.

 

Ambulâncias e viaturas policiais teriam ficado trancadas. Também há registro de pessoas que passaram mal em ônibus retidos no congestionamento, segundo a PRF.

 

Empresas de ônibus cancelam viagens entre São Paulo e Rio de Janeiro

 

Empresas de ônibus que realizam o trajeto entre São Paulo e Rio de Janeiro suspenderam as viagens na manhã desta segunda-feira (31).

 

Segundo a Socicam, empresa gestora da Rodoviária do Tietê, em São Paulo, o cancelamento foi necessário devido ao bloqueio na Dutra, que impede a passagem de veículos.

 

A venda de passagens para o estado do Rio de Janeiro também foi interrompida por tempo indeterminado. O comércio de passagens para outros destinos segue normalmente.





 

Fábrica da Citroën e Peugeot no RJ suspende produção

 

O polo automotivo da Stellantis em Porto Real, no Rio de Janeiro, suspendeu a produção na manhã desta segunda, em decorrência das manifestações que interromperam o tráfego na rodovia que dá acesso ao complexo industrial, impedindo a chegada de funcionários e peças.

 

A fábrica, que fica perto da Dutra, na região de Resende (RJ), produz motores e automóveis das marcas Citroën e Peugeot e emprega cerca de 1.800 pessoas. A empresa diz estar pronta para retomar as atividades quando as condições logísticas permitirem.

 

Bloqueiros não afetam chegada de alimentos a São Paulo

 

A Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo) disse que os bloqueios nas estradas não afetaram a chegada de frutas, legumes e outros alimentos ao entreposto de São Paulo, na Vila Leopoldina.

 

"Na manhã desta segunda-feira, não houve impactos ou reflexos dos bloqueios nas rodovias. A movimentação e o abastecimento continuam normais", disse a companhia, em nota.