Jornal Estado de Minas

ELEIÇÕES 2022

Lula sobre intolerância religiosa: 'Nunca vi o Brasil tomado pelo ódio'


Natasha Werneck
 
São Paulo - O candidato à presidência da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participou nesta segunda-feira (17/10) de um encontro com padres, freiras e religiosos na capital paulista. Ao lado do vice de chapa, Geraldo Alckmin (PSDB), e de apoiadores, o petista fez um discurso voltado à liberdade religiosa do país.





“Nós vivemos no Brasil um movimento diferente de quase tudo que eu vi nos meus 76 anos. Sempre fomos reconhecidos como um país alegre, que gostava de festa, futebol, dançar, Carnaval. Eu nunca tinha visto o Brasil tomado pelo ódio como parte da sociedade brasileira está hoje”, afirmou o candidato.

Lula recuperou o episódio em que o arcebispo de Aparecida, Dom Orlando Brandes, foi vaiado no Dia da Padroeira do Brasil, no Santuário Nacional de Aparecida, ao dizer que o país precisa “vencer muitos dragões”, como o ódio, a fome e o desemprego.

Para o petista, o bolsonarismo tem estimulado as pessoas a exporem uma faceta antes escondida. “Tenho lido notícias de padres que são atacados durante a missa porque estão falando da fome, pobreza, democracia. Estão sendo atacados por pessoas que sempre conviveram com a gente e não sabíamos que essa pessoa tinha tanto ódio dentro dela”, lamentou.





“Agora estamos vendo a direita ganhar espaço em muitos lugares. Uma direita raivosa, pessoas que não conhecem a palavra ‘democracia’ ou ‘respeito'",complementou.

Liderança entre católicos

A primeira pesquisa Datafolha feita no segundo turno destas eleições mostrou Lula à frente de Bolsonaro entre eleitores católicos, enquanto o presidente liderava nas intenções de voto entre os evangélicos.

O petista tem 55% contra 38% do adversário no primeiro grupo religioso. Já o Bolsonaro marca o dobro do rival entre evangélicos (62% a 31%).