Jornal Estado de Minas

CRÍTICA

Bolsonaro desacredita pesquisas e prevê 70 milhões de votos


Durante ato de campanha em Teresina, Piauí, neste sábado (15/10), o presidente Jair Bolsonaro (PL) disse a seus apoiadores que "não acreditem em institutos de pesquisa" e que espera, no mínimo, 70 milhões de votos no segundo turno das eleições. O candidato à reeleição também atacou o seu adversário, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), usando inclusive a sigla CPX, de comunidades do Rio de Janeiro.






"A todos vocês: não é uma promessa, é uma realidade. Pode vir tudo contra a gente", afirmou o presidente. "Não acreditem em institutos de pesquisa. Peço a vocês todos: compareçam às urnas no dia 30 de outubro. Levem o pai, o avô idoso para votar. Em 2018 eu tive 58 milhões de pessoas que acreditaram em mim. Eu tenho certeza que podemos chegar, no mínimo, a 70 milhões agora", acrescentou. O ato foi realizado em um centro de convenções de Teresina.

O presidente vem atacando os institutos de pesquisa, que apontam Lula na liderança. Segundo pesquisa Datafolha divulgada ontem (14/10), o petista lidera com 49% das intenções de voto, contra 44% de Bolsonaro. Aliados do presidente no Congresso Nacional, como o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), também tentam aprovar uma medida para punir institutos de pesquisa por erros nos levantamentos.

Lula "olhou apenas para seus cupinchas"


Em seu discurso, Bolsonaro voltou a atacar Lula, a quem chamou de um "ladrão que quer voltar à cena do crime". "Ele não trouxe água para os seus irmãos no Nordeste e agora diz que vai dar picanha com cerveja. Mentiroso sem caráter. Ladrão. Só da Petrobras esse ladrão roubou R$ 900 bilhões. Esse ladrão, no BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento), mandou obras para fora do Brasil", afirmou o candidato. " Olhou apenas para os seus amigos. Para os seus cupinchas. Os seus CPX. Ele nada fez pela nossa pátria".





A sigla CPX significa "complexo" e é usada para designar conjuntos de favelas. Em visita ao Complexo do Alemão, Lula usou um boné com a sigla e foi alvo de fake news pela base bolsonarista que associa a abreviação ao crime organizado.

"Nos presídios do Brasil, de cada cinco votos, quatro votaram em Lula. A turma dele é a turma do mal. É a turma da irresponsabilidade. A turma de roubar um celular para tomar uma cervejinha", disse ainda Bolsonaro sobre o adversário.