Jornal Estado de Minas

ELEIÇÕES 2022

Greve em consulado ameaça eleições brasileiras em Portugal

As eleições para presidente do Brasil estão ameaçadas em Lisboa, maior colégio eleitoral fora do Brasil, com 45.273 votantes. Os 25 funcionários terceirizados contratados pelo Consulado-Geral na capital portuguesa anunciaram greve a partir do dia 28 de setembro. 




Eles cobram reajustes salariais, pois estão sem aumento há mais de 15 anos. A decisão de paralisação, informam integrantes do movimento, foi tomada depois de os contratados da embaixada em Lisboa terem os contracheques corrigidos em julho entre 8% e 13%.

Segundo o embaixador Wladimir Valler Filho, cônsul-geral em Lisboa, o aviso de greve já foi comunicado oficialmente ao Itamaraty, para que todas as providências sejam tomadas. Ele assegura, porém, que espera bom-senso e serenidade por parte dos terceirizados para que as eleições transcorram tranquilamente na capital portuguesa. “Estamos seguindo rigorosamente o calendário estabelecido pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Até agora, não houve imprevistos”, diz.

As votações para presidente da República estão marcadas para a Universidade de Lisboa, tanto no primeiro quanto no segundo turno. Foram convocados 232 mesários, que serão distribuídos em 118 seções eleitorais. Estarão à disposição dos eleitores 58 urnas eletrônicas. Além dos funcionários do consulado, foram convocados para trabalhar nos dias de votação os servidores que atuam na embaixada do Brasil e na missão junto à Comissão dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).





Além de Lisboa, estão marcadas votações no Porto, onde há 30.098 eleitores inscritos, e em Faro, com mais de 5,2 mil. Portugal superou o Japão como segundo colégio eleitoral fora do Brasil. Isoladamente, Lisboa é o maior, seguida por Miami, Boston e Londres. Para garantir a tranquilidade do pleito, o consulado-geral de Lisboa triplicou o número de seguranças privados para os dias de votação e pediu reforço à polícia local.

Os trabalhadores contratados por consulados e embaixadas de forma terceirizada seguem as legislações locais. Eles se encarregam de toda a burocracia e são fundamentais para o funcionamento dos órgãos no exterior. A expectativa em Lisboa é de que a greve seja revertida a tempo de mão atrapalhar as eleições.