O presidente Jair Bolsonaro (PL) deve faltar à posse da ministra Rosa Weber à presidência do Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo aliados, o chefe do Executivo tem compromissos em São Paulo.
Na agenda oficial, consta apenas reunião pela manhã com chanceler, Carlos França. Fora dela, ele também foi à embaixada do Reino Unido assinar livro de condolências pela morte da rainha Elizabeth 2ª. À noite, contudo, Bolsonaro dará uma entrevista às 19h30 para o podcast Positivamente, da atriz Karina Bacchi, na capital paulista, ao vivo.
A posse da ministra está marcada para às 17h em Brasília, e ocorre a menos de três semanas do primeiro turno.
Alexandre de Moraes
O presidente compareceu, a menos de um mês atrás, à posse no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de Alexandre de Moraes. Lá, o chefe do Executivo teve de ouvir discurso com indiretas e exaltação do sistema eleitoral, por ele tão criticado.
O ministro, alvo do bolsonarismo por relatar casos que têm o presidente e seus aliados na mira, havia entregado em mãos o convite a Bolsonaro no Planalto. O chefe do Executivo, por sua vez, deu de presente uma camisa do Corinthians, time do magistrado. O encontro foi visto por aliados como uma forma de apaziguar os ânimos dos dois lados.
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Em outro trecho, Moraes afirmou que a liberdade de expressão não é igual a liberdade de agressão.
O discurso foi mal recebido até por aliados que tentam uma trégua entre Bolsonaro e Moraes. Apesar de o magistrado ter avisado o presidente que faria uma defesa do sistema eleitoral, auxiliares de Bolsonaro não esperavam uma fala tão dura.
Discurso na posse
Não se sabe ainda o que Rosa Weber dirá na sua posse. Mas a magistrada, como a Folha de S.Paulo mostrou, quer que os primeiros meses da sua gestão não fiquem marcados por polêmicas que atraiam a corte para o centro das atenções.
Qualificada desde sempre como uma ministra avessa aos holofotes, Rosa quer evitar que o STF vire palco de controvérsias pelo menos até o fim das eleições. Apesar de sua discrição, ela tem sinalizado, porém, que eventuais ataques à corte ou ao Judiciário serão respondidos com firmeza.
Rosa é relatora das ações delicadas ao governo, como as que questionam as chamadas emendas de relator, que têm sido manejadas por governistas com apoio do Palácio do Planalto às vésperas de votações importantes para o Executivo.
Ela poderá deixar seus casos com o ministro Luiz Fux ou mantê-los sob sua relatoria.
Na última quinta-feira (8), ela decidiu que o Supremo deve supervisionar o andamento de um pedido para que a PGR investigue Bolsonaro após a apresentação em que ele repetiu teorias da conspiração sobre urnas eletrônicas a embaixadores estrangeiros no Palácio da Alvorada.