Jornal Estado de Minas

GOVERNO DE MINAS

Sem apoio do União Brasil, Carlos Viana entregará vice ao Republicanos

O União Brasil não vai compor a coligação que vai sustentar a candidatura do senador Carlos Viana (PL) ao governo de Minas Gerais. A decisão foi anunciada nesta segunda-feira (8/8), em nota emitida pela direção do partido. O PL e Viana, no entanto, contavam com o União na aliança e chegaram a anunciar que a sigla seria responsável por indicar o candidato da coalizão a vice-governador.



Ao Estado de Minas, Viana afirmou que, agora, o Republicanos será o partido responsável por escolher o vice.

Fruto da fusão entre DEM e PSL, o União Brasil, por sua vez, ficará neutro no primeiro turno da disputa estadual. A ideia é trabalhar para formar bancadas na Câmara dos Deputados e na Assembleia Legislativa.

"As atenções do partido estarão focadas nas candidaturas proporcionais, respeitando-se a liberdade de escolha de seus filiados e o amplo debate de ideias, inerentes ao processo democrático", lê-se em nota assinada pelo deputado federal Marcelo Freitas, presidente estadual da sigla.

O texto é subscrito, ainda, pelo também parlamentar Bilac Pinto, secretário-geral do União em Minas. Bilac, aliás, era o nome desejado por Viana para compor a chapa na corrida rumo ao Palácio Tiradentes.



"O principal nome convidado é o de Bilac Pinto. Ele, hoje, é o nome no União. Não vai disputar mandato, é uma pessoa muito querida na política de Minas e muito respeitado", disse o senador, na sexta-feira (5), ao EM.

Viana esperava que a indicação do União Brasil para o posto de vice fosse comunicada ao PL ainda no sábado (6). O fim de semana, contudo, foi de reviravolta, e o partido optou por não compor a coligação encabeçada pelos liberais.

O senador será candidato ao governo com o apoio do presidente Jair Bolsonaro (PL). Os liberais tentaram um acordo com Romeu Zema (Novo), candidato à reeleição, mas as tratativas foram frustradas. A fim de garantir um palanque a Bolsonaro no estado, restou a solução de lançar Viana no páreo.



Neutralidade vem após vários flertes


A neutralidade do União Brasil ocorre a reboque de diversas conversas dos partidos com os postulantes ao governo. A legenda negociou com o Novo para formar aliança e Bilac Pinto, inclusive, chegou a ser cotado para ocupar a vaga de vice de Zema, posteriormente entregue a Mateus Simões.

Depois, o presidente nacional do União, Luciano Bivar, chegou a acertar acordo por apoio a Alexandre Kalil (PSD). A solução, contudo, foi rechaçada pela direção do partido em Minas, que reivindicou autonomia para decidir os rumos.

A simpatia de Bivar por Kalil nasceu no mundo do futebol. Ex-presidente do Sport Club do Recife, ele manteve contato com o pessedista nos tempos em que o ex-prefeito de Belo Horizonte comandou o Atlético.

Houve, ainda, conversas do União com o PSDB, que lançou Marcus Pestana. As negociações também não avançaram.



Na semana passada, Marcelo Freitas gravou, ao lado de Bolsonaro, vídeo para anunciar a passagem do presidente por Montes Claros, no Norte mineiro. Ao lado deles, estavam Viana e o deputado federal Gilberto Abramo, presidente estadual do Republicanos.

Ata enviada à Justiça tem União na chapa de Viana


Há dois dias, como de praxe em todas as agremiações, o PL enviou à Justiça Eleitoral uma ata com suas definições para o pleito em Minas. O documento aponta Carlos Viana como candidato ao governo pela coligação batizada "Lealdade por Minas''. Na lista de legendas aliadas, há o União Brasil.

A ata do PL informa, ainda, que o deputado federal Marcelo Álvaro Antônio, pré-candidato ao Senado Federal até a semana passada, tentará novo mandato na Câmara. Ele abandonou a hipótese de concorrer a senador após os mineiros que circundam Bolsonaro decidirem apoiar a candidatura de Cleitinho Azevedo, filiado ao PSC e atualmente deputado estadual