Jornal Estado de Minas

PRONUNCIAMENTO

Bolsonaro repudia violência contra oposição após execução de petista


Após um bolsonarista executar o tesoureiro municipal do Partido dos Trabalhadores Marcelo Arruda, em Foz do Iguaçu, no Paraná, o presidente Jair Bolsonaro (PL) repudiou o homicídio em uma publicação em sua conta oficial no Twitter na noite deste domingo (10/7).





 

O chefe do Executivo – em uma declaração que, segundo ele, é uma republicação de 2018 – diz que dispensa “qualquer tipo de apoio de quem pratica violência contra opositores”. "A esse tipo de gente, peço que por coerência mude de lado e apoie a esquerda, que acumula um histórico inegável de episódios violentos", inicia.


Na sequência, Bolsonaro faz rápida menção ao atentado que sofreu em Juiz de Fora, na Zona da Mata mineira, em 2018. À época, o então pré-candidato à Presidência sofreu um golpe de faca na região do abdômen, desferido por Adélio Bispo de Oliveira.

 

"É o lado de lá que dá facada, que cospe, que destrói patrimônio, que solta rojão em cinegrafista, que protege terroristas internacionais, que desumaniza pessoas com rótulos e pede fogo nelas, que invade fazendas e mata animais, que empurra um senhor num caminhão em movimento", prossegue.





 

 

 

Segundo o presidente, são as "frases descontextualizadas que incentivam a violência" e atentam "contra a inteligência das pessoas". (...). "Que as autoridades apurem seriamente o ocorrido e tomem todas as providências cabíveis, assim como contra caluniadores que agem como urubus para tentar nos prejudicar 24 horas por dia", finaliza. 

“Vamos fuzilar a petralhada”


Embora tenha rechaçado atos de violência contra opositores em pronunciamento neste domingo, Bolsonaro, em 2018, disse: “vamos fuzilar a petralhada”. A declaração foi dada durante evento de campanha em Rio Branco, no Acre. À época, o então candidato à Presidência da República ainda pegou o tripé de uma câmera e simulou estar disparando com uma metralhadora.

 

 

O crime


Além de tesoureiro do PT municipal, Marcelo Arruda era guarda municipal e diretor do Sindicato dos Servidores Municipais de Foz do Iguaçu (Sismufi). Ele comemorava o aniversário, com temática petista, na sede da Associação Esportiva Saúde Física Itaipu, quando foi executado pelo policial penal Jorge José da Rocha Guaranho, que invadiu o local. O crime aconteceu na noite de sábado (9/7).





 

Segundo uma testemunha que estava no local, o policial penal passou de carro e começou a entoar gritos de apoio a Bolsonaro e contra Lula. Ainda conforme o relato, Guaranho estava com uma mulher e um bebê no carro e apontou a arma em direção à festa por volta das 23h30. Ele chegou a ir embora, mas voltou após cerca de 15 minutos e atirou contra o petista, que também estava armado e conseguiu revidar.

 

"Aí o cara chegou em cima do Marcelo e deu outro tiro para executar ele. O Marcelo conseguiu se virar e deu cinco tiros no cara. Se não fosse isso, o cara tinha feito uma chacina lá na festa", completa a testemunha.

 

O agente penitenciário federal Jorge José da Rocha Guaranho, que invadiu a festa de aniversário e matou Marcelo Arruda, sobreviveu e está internado, em estado grave, na UTI de um hospital de Foz do Iguaçu. A informação foi confirmada na tarde deste domingo (10/7) pela delegada Iane Cardoso, da Polícia Civil do Estado do Paraná, em coletiva de imprensa.

 

Para a polícia, Jorge e Marcelo se conheciam, mas ainda não há indícios de que tenha havido divergências anteriores. "Ao que tudo indica, ele não era convidado da festa. Estamos verificando porque ele foi até aquele local", informou.