Jornal Estado de Minas

ELEIÇÕES

Simone Tebet diz não ter dúvida do apoio do PSDB à sua pré-candidatura



Brasília – Na primeira entrevista como pré-candidata do MDB, com apoio do Cidadania, à Presidência da República, a senadora Simone Tebet (MS) afirmou não ter dúvidas de que terá o apoio do PSDB como postulante da terceira via – ou “centro democrático”, segundo ela – para enfrentar a polarização entre o presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.



“Não tenho dúvidas de que, na semana que vem, nós estaremos com aqueles que sempre foram nossos aliados de primeira hora, homens e mulheres de bem do PSDB. Não tenho dúvida de que essa construção está sendo muito bem-feita pelo nosso presidente, Baleia Rossi , junto com o presidente Bruno Araújo ”, afirmou.

 Apesar do otimismo da senadora, o PSDB segue rachado, mesmo após a desistência do ex-governador João Doria de disputar a Presidência, porque parte da legenda insiste em candidatura própria ao Palácio do Planalto.

“A minha relação com o PSDB é da mais profunda amizade. Faço agora uma homenagem em nome do meu amigo pessoal, meu querido e particular amigo, que é alguém com quem me aconselho, senador Tasso Jereissati. E de um grande amigo que também conquistei ao longo do tempo, que é o presidente Bruno Araújo. Faço uma homenagem à história do PSDB. Foi pela estabilidade da moeda, que lutou conosco por democracia, e está conosco dentro desse processo do centro democrático”, disse Simone Tebet.





A agora pré-candidata do MDB afirmou também que o Brasil “clama pelo centro democrático”.

“A esse clamor, o MDB também grita: 'presente'. Tendo ao lado o Cidadania e, em breve, não tenho dúvidas, o PSDB. A esse clamor, também respondo 'sim, estou presente'. É um clamor da urgência de um país que é dito celeiro do mundo, mas não tem a capacidade de alimentar seus filhos”, declarou.

VOTO FEMININO

Única mulher na corrida presidencial, Simone Tebet afirmou também que aposta no voto do eleitorado feminino para que sua candidatura cresça nas pesquisas. Em todos os levantamentos de intenção de voto feitos até agora, a senadora não passa de 2%. Ela disse ter números indicando que a maior parte das mulheres ainda não decidiu o voto para as eleições de outubro deste  ano. “Eu era risco, virei 1% e agora sou 2%, aumentei 200% sem sequer me apresentar ao Brasil. Não vamos menosprezar a força das mulheres eleitoras que não estão satisfeitas com o Brasil que têm”, afirmou.

“Temos visto uma geração de meninas e de jovens mulheres que estão ensinando a nós, mulheres que temos um pouquinho mais de idade, que mulher vota em mulher. Porque a mulher que tem sucesso, mulher que se empodera, que tem protagonismo, ela empodera outra mulher”, declarou também. A senadora informou que o seu programa de governo inclui “ministério paritário” entre homens e mulheres e que o pré-requisito será competência e vontade de servir ao Brasil. Sobre a possibilidade de ter uma mulher como vice em sua chapa, Simone Tebet citou a senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA) como “amiga pessoal” e que teria “o maior prazer” de tê-la junto dela. Mas argumentou que é uma decisão que será construída com os presidentes do MDB e do Cidadania e outras legendas que compuserem a chapa.





Ainda sobre o seu plano de governo, Simone afirmou que a coordenação será do ex-governador gaúcho Germano Rigotto, e adiantou que seguirá cartilha liberal na economia, mas contra a privatização da Petrobras. “Comigo não é 8 ou 80. Não tem Estado mínimo ou Estado máximo, tem Estado necessário”, disse ela, para quem é preciso facilitar a formação de parcerias público-privadas, em especial no setor de logística, um dos gargalos da economia brasileira, para investimentos em rodovias e ferrovias. E defendeu a responsabilidade fiscal: “Está no meu DNA”, declarou.

POLARIZAÇÃO 

Sobre a polarização entre Bolsonaro e Lula, Simone Tebet não poupou críticas: “São dois lados da mesma moeda, que se retroalimentam com discurso de ódio”. Mas se disse à vontade para conversar com todas as forças políticas que prezem “o respeito à democracia”, inclusive com o PT. Para ela, a população está “escolhendo o menos pior, e essa não pode ser a eleição dos rejeitados”. Sobre Bolsonaro, que também cultiva apoios no MDB, Tebet foi incisiva ao ser perguntada sobre o estilo agressivo do presidente. “Política não é lugar de grosseria, de palavras chulas”, respondeu.

Diante do baixo desempenho nas pesquisas de intenção de voto, o nome de Simone Tebet não é consenso no MDB. Líderes do partido no Nordeste têm defendido apoio ao ex-presidente Lula, por isso ela admite a falta de unanimidade em torno do seu nome. O presidente do partido, Baleia Rossi, entretanto, garante que a maioria da sigla apoia a senadora.