Jornal Estado de Minas

POLÊMICA

Bolsonaro faz críticas a aborto, mas disse que decisão deve ser do 'casal'

Nesta terça-feira (22/2), o presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a criticar a prática de aborto. Pelo Twitter, ele lamentou a decisão da Colômbia de descriminalizar o ato até a 24ª semana de gestação. No entanto, as redes sociais resgataram um momento em que o chefe do Executivo já se pronunciou a favor da interrompimento da gravidez como uma decisão que caberia ao casal. 






Bolsonaro, até mesmo, afirmou que tinha  sugerido à sua ex-esposa, Ana Cristina Valle, que interrompesse a gestação de Jair Renan, o quarto filho do presidente. 

As declarações foram dadas em uma entrevista a revista IstoÉ Gente, em 2000, quando Bolsonaro era deputado federal pelo Rio de Janeiro. "Tem de ser uma decisão do casal", disse. Questionado se já tinha vivido essa situação, ele respondeu que sim. "Já. Passei para a companheira. E a decisão dela foi manter", disse apontando para a foto de Jair Renan, que na época tinha pouco mais de um ano. 




Nesta terça, Bolsonaro disse que agora as crianças, na Colômbia, estão "sujeitas a serem ceifadas com anuência do Estado no ventre de suas mães até o 6° mês de gestação, sem a menor chance de defesa. No que depender de mim, lutarei até o fim para proteger a vida de nossas crianças", disse. 

Durante a campanha presidencial em 2018, Bolsonaro foi questionado sobre o tema e negou ter dado a entrevista. 

O aborto até a 24ª semana de gestação foi descriminalizado na Colômbia nesta segunda-feira (21/2). Antes, o ato era punível com até quatro anos e meio de prisão no país, embora desde 2006 a interrupção voluntária da gravidez fosse permitida por três causas: estupro, malformação do feto ou risco à saúde da mãe, sem limite de tempo.