Antônio Anastasia se despede do Senado Federal nesta quarta-feira (2/2), em solenidade às 18h para o discurso de renúncia do cargo. Agora ele ocupará a vaga de Ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), e assume os processos do Ministério da Infraestrutura e da Presidência da República herdados do ministro Raimundo Carreiro, que deixa a Corte para assumir a embaixada do Brasil em Portugal.
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Deputados federais confirmam Antonio Anastasia como novo ministro do TCUEm vitória para Pacheco no Senado, Anastasia ganha vaga de ministro do TCUAnastasia crê que voto impresso não passa pelo Senado: 'Inexequível'Senado inicia ano com Reforma Tributária e plano para baixar gasolinaUnião Brasil e Novo conversam sobre eventual apoio a Zema em Minas GeraisPF vê crime no vazamento de informações em live, mas não indicia BolsonaroO cargo de ministro do TCU sempre foi cobiçado por ser vitalício e ter grande influência sobre o mundo político. Na prática, a Corte de Contas é uma espécie de assessoria contábil do Congresso. O tribunal foi responsável, por exemplo, pelo parecer das pedaladas fiscais que sustentaram o pedido de impeachment da então presidente Dilma Rousseff (PT). O relator do processo no Senado era justamente Anastasia.
Outras vantagens do cargo são um salário bruto de R$ 37.328,65, direito a 60 dias de férias por ano e a possibilidade de usar um apartamento funcional em Brasília. Fora isso, a remuneração bruta pode aumentar com o acréscimo de auxílios relacionados à saúde e alimentação.
Em discurso no plenário, o senador de Minas negou que fará da escolha para o cargo uma maneira de evitar trabalho. "O Tribunal de Contas da União não é local para precoces aposentadorias; ao contrário, é local de trabalho duro, de trabalho árduo, com dezenas de milhares de processos, com conferências, com realizações permanentes das atividades técnicas e das inspeções que são realizadas", reforçou.
O eleito integrará um grupo de três membros que hoje se destacam tecnicamente nas discussões no plenário: Bruno Dantas, Walton Alencar Rodrigues, o decano, e Benjamin Zymler. Ele assume o cargo nesta quinta-feira (3/2), às 11h, e vai permanecer até 2036.
Serviço público
Como político, Anastasia começou em 2006, quando concorreu e venceu a eleição para vice-governador de Minas Gerais na chapa encabeçada por Aécio Neves (PSDB). Apadrinhado pelo tucano, comandou o Poder Executivo mineiro de 2010 até 2014 e depois foi eleito para o Senado. Foi filiado ao PSDB de 2005 até 2020, quando saiu para entrar no PSD. Em 2016, foi o relator no Senado do processo de impeachment de Dilma Rousseff (PT). Em 2018, tentou voltar ao governo de Minas, mas perdeu no segundo para Romeu Zema (Novo).
Durante a sabatina na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), Anastasia disse que tem o serviço público como "vocação". "Serviço público, que é uma expressão abrangente, que envolve a política, envolve administração, envolve a magistratura, a diplomacia, a defesa nacional e a segurança, eu tive a oportunidade de estudá-lo profundamente nos meios acadêmicos, de ser dele professor", afirmou.
Apoiadores do senador de Minas elogiam o perfil de Anastasia e afirmam que ele tem conhecimento técnico para a função, já que tem experiência jurídica e foi professor de Direito da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Responsável por elaborar o parecer favorável à indicação do mineiro, o senador Cid Gomes (PDT-CE) afirmou que o agora novo ministro "vem exercendo o mandato com a competência técnica e o equilíbrio político reconhecidos por todos".