Jornal Estado de Minas

ELEIÇÕES 2022

O apoio de Renan Calheiros a Lula com o 'aval' de Dilma Rousseff


"Eu sou amigo dele porque eu já fui quatro vezes presidente do Senado Federal, uma parte dessas vezes em governos do presidente Lula, mas eu tenho uma boa convivência com todos os setores da política nacional”.

A frase é do senador Renan Calheiros (MDB/AL), que nessa segunda-feira, em São Paulo, se encontrou com ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Calheiros estava acompanhado do filho, o governador de Alagoas, Renan Calheiros Filho (MDB).



O encontro foi divulgado por Lula em suas redes sociais. Na pauta, as articulações para que o MDB apoie a candidatura de Lula à Presidência da República. O senador defende o apoio do partido a Lula ainda no primeiro turno.

O MDB, contudo, já lançou em dezembro passado a candidatura da senadora pelo Mato Grosso do Sul Simone Tebet.

Entretanto, falta, como de resto para todos presidenciáveis, passar pelas convenções partidárias para oficializar a candidatura para a disputa eleitoral deste ano. Hoje, há pelo menos 12 pré-candidatos ao Palácio do Planalto já oficializados pelos partidos ou não.

Entusiasmo X impeachment de Dilma

"Tivemos uma conversa com o presidente Lula sobre democracia, institucionalidade, economia e eleição. Inclusive a última, que elegeu Bolsonaro e quebrou o Brasil. Pessoalmente, defendo que, se o MDB não tiver um candidato competitivo, é mais consequente uma aliança com Lula", disse Renan Calheiros à Folha de S. Paulo logo após o encontro.



Por coincidência, os holofotes, em se tratando da candidatura de Lula, também estão em cima da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), que já deixou claro para seus correligionários petistas que não vai se esconder durante a campanha eleitoral e, muito menos, deixar de defender seu governo em caso de ataques de adversários.

Vale lembrar que Renan Calheiros presidia o Senado quando Dilma sofreu o impeachment, em 2016.

Ainda na semana passada, em entrevista ao Diário do Centro do Mundo, Dilma eximiu Renan de toda e qualquer culpa no processo que a levou a perder o cargo.

De acordo com Dilma, o emedebista articulou para evitar o impeachment de 2016.

“O Renan não foi golpista. Eu vou sempre ter uma consideração muito grande pelo Renan. Não é um golpista, não foi um golpista. Pelo contrário, em tudo que ele pôde, ele tentou impedir que houvesse o golpe”,  disse.

Na ocasião, Dilma também foi questionada sobre prováveis aliados da campanha de Lula na disputa eleitoral deste ano. “As pessoas mudam. Podem mudar de posição. E você tem que aceitar que isso ocorra. Agora, seguramente, não vai ser uma pessoa da minha estreita confiança”, ressaltou.