Jornal Estado de Minas

CÂMARA DE BH

CPI da COVID em BH aprova relatório sem indiciamento de infectologistas

Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da COVID em Belo Horizonte, instalada pela Câmara Municipal de BH, aprovou nesta quinta-feira (11/11) um relatório que sugere indiciamentos de integrantes da prefeitura, um empresário e funcionários e companhias ligadas à Empresa de Transporte de Belo Horizonte (BHTrans). O texto é um documento paralelo e não foi o sugerido pelo relator do colegiado, vereador Irlan Melo (PSD), que pediu indiciamento de dois dos três infectologistas voluntários do Comitê de Enfrentamento à COVID-19 por conflito de interesses.





A reunião desta quinta foi turbulenta e, após apresentação do relatório elaborado por Irlan Melo, o texto foi criticado por parlamentares, especialmente no âmbito dos médicos voluntários - Estevão Urbano e Carlos Starling. Um adiamento da votação do relatório chegou a ser pedido pelo vereador Jorge Santos (Republicanos), mas Irlan afirmou que iria retirar o texto da pauta e votá-lo em outro momento após adequações.

Contudo, um relatório em paralelo elaborado pela vereadora Flávia Borja (Avante) foi apresentado durante a reunião. Neste texto, o indiciamento dos infectologistas não é sugerido, mas consta o nome do prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), de outros secretários e de um empresário na lista de sugestão para indiciamentos.

Os vereadores já tinham negado o adiamento da reunião e concordado na derrubada do texto de Irlan Melo, mas o relatório paralelo elaborado por Flávia Borja seria votado em sequência. O vereador Bruno Miranda (PDT) chamou a movimentação de "manobra" e acabou rechaçado pelo presidente da CPI, Professor Juliano Lopes (Agir), que afirmou ser regimental todo o processo.





Derrubado o adiamento da votação do relatório original e o próprio texto, os vereadores apreciaram o texto paralelo, com as adequações devidas ao documento autêntico no que tange às sugestões de indiciamentos. O relatório não foi disponibilizado anteriormente a todos os parlamentares e se tornou público a partir da leitura na reunião.

Colocado em votação, o relatório paralelo foi aprovado por quatro votos favoráveis - José Ferreira Projeto Ajudaí (PP), Nikolas Ferreira (PRTB), Flávia Borja (Avante) e Professor Juliano Lopes (Agir) - a três contrários - Jorge Santos (Republicanos), Irlan Melo (PSD), Bruno Miranda (PDT). O texto segue ao Ministério Público de Minas Gerais, que dará sequência às investigações.

Veja, abaixo, os indiciamentos sugeridos pela CPI:


Célio Bouzada, ex-presidente da BHTrans: advocacia administrativa, modificação ou pagamento irregular em contrato administrativo, falsidade ideológica, improbidade administrativa e corrupção ativa e passiva

João Antônio Fleury Teixeira, secretário de Fazenda: modificação ou pagamento irregular em contrato administrativo, falsidade ideológica e improbidade administrativa

André Abreu Reis, secretário de Planejamento, Orçamento e Gestão: modificação ou pagamento irregular em contrato administrativo, emprego irregular de verbas ou rendas públicas e improbidade administrativa

Daniel Marx Couto, diretor de Planejamento e Informação da BHTrans: falsidade ideológica e corrupção ativa e passiva

Alexandre Kalil, prefeito de Belo Horizonte: emprego irregular de verbas ou rendas públicas e improbidade administrativa

Jackson Machado, secretário de Saúde: prevaricação e enriquecimento ilícito no exercício de mandato

SETRA-BH: improbidade administrativa

Consórcio BH Leste: improbidade administrativa

Empresa Coletivos Boavista: improbidade administrativa

Empresa Sagrada Família Ônibus SA: improbidade administrativa

Empresa SM Transportes SA: improbidade administrativa

ViaSul Transportes Coletivos: improbidade administrativa

Viação Getúlio Vargas: improbidade administrativa

Viação São Geraldo: improbidade administrativa

Viação Progresso: improbidade administrativa

Viação Torres: improbidade administrativa

Consórcio 10: improbidade administrativa

Betânia Ônibus: improbidade administrativa

Coletivo São Lucas: improbidade administrativa

Empresa Transcbel Ltda.: improbidade administrativa

ViaBH Coletivos Ltda.: improbidade administrativa

Via Oeste Transportes: improbidade administrativa

Viação Paraense: improbidade administrativa

Viação Santa Edviges Ltda.: improbidade administrativa

Viação Sidon Ltda.: improbidade administrativa

Viação Zurique: improbidade administrativa

Consórcio Dom Pedro II: improbidade administrativa

Rodopass Transporte Coletivo de Passageiros: improbidade administrativa

Belo Horizonte Transporte Urbano: improbidade administrativa

Coletur: improbidade administrativa

Salvador Empresa de Transportes: improbidade administrativa

São Cristóvão de Transportes: improbidade administrativa

Urca Auto Ônibus: improbidade administrativa

Viação Anchieta: improbidade administrativa

Viação Euclásio Ltda.: improbidade administrativa

Viação Fênix: improbidade administrativa

Consórcio Pampulha: improbidade administrativa

Milênio Transportes: improbidade administrativa

Auto Ônibus Floramar: improbidade administrativa

Cidade BH Transportes: improbidade administrativa

Coletivos Asa Norte: improbidade administrativa

Ligue Transportes e Serviços Ltda.: improbidade administrativa

Plena Transporte de Turismo Ltda.: improbidade administrativa

Rodap Operadora de Transportes: improbidade administrativa

São Dimas Transportes Ltda.: improbidade administrativa

Turilesa Ltda.: improbidade administrativa

Viação Carneirinhos Ltda.: improbidade administrativa

Viação Jardins Ltda.: improbidade administrativa

Viação Sandra Ltda.: improbidade administrativa

Mário Valadares, empresário: corrupção ativa e passiva

 

CPI dos gastos na pandemia


A CPI da COVID em BH, que chegou ao fim nesta quinta, foi instalada em maio deste ano para apurar os gastos da Prefeitura de BH durante a pandemia de COVID-19, iniciada em março de 2020. Ao todo, 14 vereadores assinaram requerimento para abertura da comissão que sugeriu, por meio de relatório paralelo, o indiciamento de sete pessoas e diversas empresas e companhias ligadas ao transporte público de BH. 




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