Jornal Estado de Minas

ELEIÇÕES 2022

Eleições 2022: confira quais são as prioridades dos jovens

Desde as marchas pelas Diretas Já até as grandes manifestações de 2013, os jovens sempre foram peça importantíssima para o debate político. Faltando menos de 1 ano para as eleições presidenciais no Brasil, os novos adultos, agora engajados e atentos, já consideram suas possibilidades. 




O combate à fome e pobreza, a geração de emprego e a preservação do meio ambiente são os valores considerados mais importantes por esse grupo. De acordo com a nova pesquisa do Ipec (o antigo Ibope), é esse check list que irá influenciar os votos dos jovens em 2022.
 
Divulgada nesta quarta-feira (3/11), a pesquisa retrata como os jovens entre 16 e 34 anos de idade percebem a política nacional. O estudo foi encomendado pelo movimento cívico global Avaaz e pela Fundação Tide Setubal.
 
Segundo a pesquisa, 33% dos entrevistados citaram o combate à fome e à pobreza como primordiais. Para 16%, é um país com economia forte e que gere empregos. 

O número de jovens que prestam atenção à preservação da Amazônia e do meio ambiente é cada vez maior. Nesta pesquisa, 14% dos entrevistados respondeu que achava o assunto primordial ao debate.





O acesso à educação e à saúde tiveram ambos 3% das menções e o combate à corrupção 7%.
 

Outras descobertas que se destacam:


• 69% consideram que a direita é intolerante e agressiva

• 66% pensam o mesmo sobre a esquerda

• 83% acreditam que o debate político nas mídias sociais é agressivo ou intolerante

• 80% consideram o debate político como um todo, agressivo ou intolerante

• 58% acham que a divisão entre direita e esquerda não faz sentido
 
 
De acordo com Nana Queiroz, responsável sênior da campanha na Azaz, os jovens estão "famintos por soluções reais e um debate político saúdevel”. 

"O que essa pesquisa nos mostra é que este governo falhou com os jovens: não há comida na mesa de suas famílias, eles não têm lugar no mercado de trabalho e seu futuro está sendo ameaçado pela destruição ambiental. Os candidatos precisam ter propostas para melhorar esses aspectos concretos de suas vidas se quiserem conquistar seus mais de 58 milhões de votos”, disse.

Intolerância


O Brasil vive, neste momento, uma grande polarização política. De um lado o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) começa trilhar seus passos para uma possível candidatura. Do outro, o presidente Jair Bolsonaro tenta se reeleger no cargo ao qual foi eleito em 2018. Além da polarização, começa a surgir neste fim de ano um debate sobre uma possível terceira via, para pacificar os ânimos da rivalidade entre os dois.





Cerca de 80% dos entrevistados consideram o debate político agressivo e intolerante e 59% não falaram sobre política nas mídias sociias por medo de serem julgados, cancelados ou tratados de forma agressiva.

Os dados mostram ainda que o medo da intolerância política afeta mais os jovens de menor renda: 7 em cada 10 jovens entre as famílias com renda familiar de até 1 salário-mínimo não participam das discussões sobre política nas redes sociais por medo.

"Os jovens brasileiros querem votar e participar da vida política, mas a cultura do cancelamento e os debates agressivos que permeiam o ecossistema político os estão afastando. Nenhuma sociedade pode evoluir ou se transformar se as pessoas se sentem silenciadas ou com medo de falar sobre seus erros e dúvidas. Se não trouxermos os jovens de volta ao centro do debate político, corremos o risco de perdê-los ou para a radicalização ou para a apatia, diz Marcio Black, coordenador do programa de Democracia e Cidadania Ativa da Fundação Tide Setubal.




A pesquisa

A pesquisa do Ipec representa a população do país com idade entre 16 e 34 anos. O levantamento foi realizado entre 18 e 21 de setembro de 2021, com 1.008 jovens nessa faixa etária, por meio de questionários aplicados presencialmente por uma equipe de entrevistadores especificamente capacitada para lidar com este tipo de público.

Previamente, o questionário foi validado por jovens de diversas partes do Brasil que participaram de grupo focal de discussão. 

A margem máxima de erro é estimada em 3 pontos percentuais para mais ou para menos em relação aos resultados obtidos na amostra total. O nível de confiança é de 95%.

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