Jornal Estado de Minas

ELEIÇÕES 2022

Moro confirma que vai se filiar ao Podemos; mas não assume candidatura

Brasília – O ex-juiz federal e ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro anunciou pelas redes sociais sua filiação ao Podemos. Às 9h07 de ontem, ele postou em seu perfil no Twitter, abaixo da mensagem “Um Brasil justo para todos”, uma foto do convite de sua filiação, feito pelo partido, para 10 de novembro, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília, com transmissão pelas redes sociais. Até o início da noite, a postagem tinha 25,6 mil curtidas e 1.356 comentários. Moro, entretanto, não explica se será candidato ao Palácio do Planalto ou ao Senado pelo Paraná.





O Podemos também fez o anúncio pelas redes sociais, sinalizando que ele poderá disputar a Presidência da República. “Juntos poderemos construir um Brasil justo para todos”. O slogan consta do convite da filiação, confirmada para quarta-feira que vem. O Podemos tem nove senadores, 11 deputados federais e 24 federais.

“Tudo certo: Sergio Moro escolhe o Podemos. A chegada dele reforça a luta do Podemos por um Brasil mais sério, mais justo e igualitário. A cerimônia será dia 10, às 9h, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília, e vai reunir políticos de vários partidos, empresários e representantes da sociedade civil”, diz mensagem do partido.

Moro desembarcou neste fim de semana no Brasil, vindo de Nova York (EUA), onde mora. Existe a possibilidade de que dispute a vaga no Senado Federal de Álvaro Dias (Podemos-PR). O parlamentar afirmou que não se manifestará sobre o futuro de Moro até que ele se filie ao seu partido.



O ambiente no partido é de entusiasmo. “Estamos extremamente honrados e felizes com o ingresso de Sergio Moro ao nosso Podemos. Muito nos orgulha tê-lo nas fileiras do Podemos, por tudo o que ele representa e já fez pelo país. Trata-se de uma pessoa singular, íntegra e muito capacitada”, dise a presidente nacional da legenda, a deputada federal Renata Abreu (SP).

“Não temos dúvida de que ele é uma das principais opções”, afirma o deputado Igor Timo (Podemos-MG). Sobre um possível lançamento de pré-candidatura, ele garante que “já existe um processo de articulação nesse sentido”. O parlamentar também afirma que o ex-juiz representa um dos valores do partido, o combate à corrupção. “Um dos maiores males da política hoje é a corrupção, não temos um representante com tamanha envergadura que tenha em seu DNA esse combate à corrupção”, considera.

Sergio Moro ganhou visibilidade nacional como juiz da Operação Lava-Jato, a maior operação de combate à corrupção da história do Brasil. À frente da 13ª Vara Federal de Curitiba, em conjunto com a força-tarefa do Ministério Público Federal, ele combateu a lavagem de dinheiro, evasão de divisas e pagamentos de propinas, e levou à prisão políticos, empresários e lobistas, entre outros envolvidos, com destaque para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Os processos do petista, entretanto, foram anulados pelo Supremo Tribunal Federal, que considerou ter havido parcialidade d e Moro e incompetência da vara de Curitiba para julgar os processos.



Depois, Moro deixou a magistradura para ser ministro da Justiça no governo Bolsonaro, mas acabou se desentendendo com o presidente da República por supostas interferências em sua pasta. Em abril de 2020, ele pediu demissão ao ser informado por Bolsonaro de que o comando da Polícia Federal seria trocado. Em pronunciamento, o então ministro demissionário afirmou que “não poderia aceitar a substituição”, que foi considerada como interferência presidencial na hierarquia do ministério.

DATENA


 O apresentador de TV José Luiz Datena anunciou que deixará o PSL, que se fundiu ao DEM para formar a legenda União Brasil, apenas quatro meses depois de se filiar à legenda, para ingressar no PSD, presidido por Gilberto Kassab. Datena era considerado possível candidato ao Palácio do Planalto, mas, com a filiação do presidente do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco ao PSD para disputar a Presidência, se depender de Kassab ele deve disputar vaga no Senado.

audima