Jornal Estado de Minas

IMPEACHMENT

Deputado Paulinho da Força sobre Bolsonaro: 'O presidente endoidou de vez'

Em entrevista à "CNN", nesta terça-feira (7/9), o deputado federal Paulinho da Força (Solidariedade) confirmou que passará a apoiar o impeachment do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) no Congresso Nacional. “Bolsonaro passou de todos os limites”.





Afirmando neutralidade, até o momento o deputado não apoiava a abertura do processo de impeachment na Casa. Paulinho da Força é presidente do partido e, ao longo da entrevista, deixou claro que fortalecerá sua oposição ao líder do executivo. “O presidente Bolsonaro, a cada dia que passa, nos parece um pouco mais endoidado e mais maluco”.

Três vezes deputado nos mesmos mandatos de Bolsonaro, Paulinho conhece bem o presidente. No entanto, a experiência de 12 anos de convivência dentro do Congresso Nacional, não evitou que o parlamentar depositasse sua confiança no executivo: “Imaginava que poderia ter melhorado”. 

Decepcionado, ele compara as atitudes de Bolsonaro a de um gato preso. “É como se fosse um gato preso em um quarto e aí começa a esculhambar todo mundo… A atacar as entidades, a atacar as instituições e as pessoas". Para ele, Bolsonaro “é uma pessoa bem desequilibrada". 




Ainda segundo o parlamentar, o líder do executivo vem cultivando relações políticas cada vez mais autoritárias. “O que a gente também viu foi um presidente isolado, os políticos não participaram dessas manifestações”. 

Ao se referir aos apoiadores, Paulinho foi ainda mais enfático: “aqueles malucos”. Para ele, Bolsonaro esperava uma manifestação violenta e, ainda, acreditava que a depredação poderia favorecer sua posição na crise com o Supremo Tribunal Federal (STF). 

“Acho que o presidente gostaria que aqueles malucos que o cercam tocassem fogo no Congresso Nacional, quebrassem o Supremo Tribunal… Que destruíssem o Supremo”, comentou. “Assim ele teria mais motivos pra poder continuar fazendo o que ele vem fazendo". 

Em sua fala, o parlamentar defendeu a inexpressividade dos atos inflamados pela base bolsonarista. Ele esperava uma adesão maior da população “pelo tamanho da propaganda que foi feita nesses mais de 30 dias”. 



Saindo da neutralidade 

O Solidariedade passará a apoiar o impeachment de Bolsonaro e, de acordo com Paulinho da Força, a sigla tem planos de trabalhar em conjunto com o maior número de partidos possíveis, com a sociedade civil e grupos de empresários. 

Uma reunião entre representantes de diversos partidos será convocada na próxima semana. A proposta é engrossar um pedido de impeachment e defender a abertura do processo na Casa. Segundo o parlamentar, o objetivo é “se livrar de Bolsonaro antes de 2022". 

 
*Estagiária sob supervisão do subeditor Eduardo Oliveira  

audima