Jornal Estado de Minas

7 DE SETEMBRO

Para 'evitar ser preso', deputado evita resposta sobre crise entre poderes

Segundo o deputado federal Cabo Junio Amaral (PSL-MG), apoiador de primeira hora do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), a maior parte dos manifestantes pró-governo que vão às ruas nesta terça-feira (7/9) quer reivindicar que a relação entre os três poderes permaneça nas “quatro linhas”.





Apesar disso, o parlamentar reconhece a existência de um grupo, que, em suas palavras, não deve ser ignorado e tachado de extremista. Trata-se dos que desejam que Bolsonaro extrapole os limites constitucionais para “reagir” a ações do Supremo Tribunal Federal (STF).

“É compreensível que pessoas que estão vendo o Brasil ser travado com ilegalidades e inconstitucionalidades por parte do STF desejem que o presidente faça o mesmo em reação”, diz Amaral, ao Estado de Minas.

A reportagem, então, perguntou ao parlamentar sobre em qual grupo ele se encaixa – o da maioria, que pleiteia o retorno das relações entre Executivo, Judiciário e Legislativo ao campo das “quatro linhas, ou o minoritário, que defende uma “reação” presidencial. Amaral, no entanto, optou por não responder.





“Prefiro não responder, para não correr o risco de ser preso como Daniel Silveira. Ao mesmo tempo, não quero ser um mentiroso e falar o que não penso. Quem me acompanha, me conhece e sabe da minha indignação, conhece meu posicionamento neste momento e qual, para mim, seria a única saída”, diz, em menção ao colega do PSL carioca, preso por manifestações que atentaram contra a democracia.

Cabo reformado da Polícia Militar mineira, Amaral é investigado no inquérito sobre fake news conduzido pela Suprema Corte. Foi citado, também, na apuração, já arquivada, sobre atos antidemocráticos.

“Para você ver o resultado desses dois inquéritos: a gente não pode sequer falar o que pensa mesmo sendo parlamentar e tendo direito constitucional de exercer livremente quaisquer palavras, opiniões e votos, sendo invioláveis disso”.

Silveira, citado pelo parlamentar de MG, está preso desde fevereiro, por ter publicado vídeo defendendo reprise do Ato Institucional 5, mais duro decreto da ditadura militar. Ele também reivindicou a destituição de ministros do STF. O parlamentar é réu em processo conduzido pela corte.







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