Jornal Estado de Minas

INVESTIGAÇÕES

Alvo de operação da PF, deputado bolsonarista avisa STF: 'Não vou recuar'

Alvo de operação da Polícia Federal nesta sexta-feira (20/8), o deputado federal Otoni de Paula (PSC-RJ) afirmou que não recuará "um milímetro" sobre seu posicionamento. Ele transmitiu uma live no Facebook logo após os agentes cumprirem mandados de busca e apreensão em sua casa, expedidos pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.





Segundo ele, os policiais não encontraram dinheiro escondido ou joias para serem confiscadas em sua residência. "Dentro do que a democracia me permite, dentro do que a Constituição me permite, este deputado federal, este cidadão brasileiro, investido da autoridade parlamentar, não vou recuar um milímetro. Se alguém pensa que vou deixar de falar o que penso, se alguém pensa que vou deixar de ter a mesma postura que tenho, não vou deixar de ter", declarou Otoni.

Segundo o deputado, ele não teme ser preso. “Não, eu não fiz nada para ser preso, ok? Claro que nós estamos vivendo em um estado de exceção no Brasil, é claro, portanto em um estado de exceção você pode ser preso”, afirmou.

Os mandados atendem a um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) que apura manifestações contra as instituições. De acordo com a PF, o objetivo das medidas “é apurar o eventual cometimento do crime de incitar a população, através das redes sociais, a praticar atos violentos e ameaçadores contra a Democracia, o Estado de Direito e suas Instituições, bem como contra os membros dos Poderes”.





Contudo, a operação não intimidou Otoni, que seguiu com duras críticas a Alexandre de Moraes. Para ele, o ministro mostra um comportamento 'autoritário' e 'ditatorial'.

"Vamos em frente, com muita coragem. Vamos em frente mostrando que nós não temos medo da tirania, seja ela de quem for. Inclusive do senhor tirano ministro Alexandre de Moraes. Que vergonha, ministro. Que postura antidemocrática vossa excelência tem tido. Mas é assim mesmo. Um dia nós todos vamos dar conta a Deus”, disse o deputado.

O deputado bolsonarista já foi denunciado por difamação, injúria e coação contra o ministro do STF em razão de vídeos em que chamou Alexandre de "déspota", "lixo" e "esgoto do STF". Além de ser alvo de tal processo, no âmbito criminal, Otoni foi condenado a indenizar o ministro do STF em R$ 70 mil em razão de ataques nas redes sociais em que chamou Alexandre de "cabeça de ovo" e "cabeça de piroca".

*Estagiária sob supervisão do subeditor Frederico Teixeira

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