A gestão ambiental do governo Jair Bolsonaro virou objeto de três novos inquéritos civis. A Procuradoria da República no Distrito Federal vai investigar as seguintes frentes:
- aumento do número de agrotóxicos liberados pela Anvisa nos anos de 2019 e 2020;
- militarização de cargos de chefia do Ibama e mudanças no regramento interno do órgão;
- divulgação de dados supostamente divergentes sobre queimadas pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom).
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Cármen Lúcia envia à PGR notícia-crime contra Bolsonaro por live sobre urnaBolsonaro compartilha inquérito da PF e diz que sistema eleitoral é violávelBolsonaro: Se chegar algo fora das 4 linhas, sou obrigado a sair das 4 linhasNa primeira frente, a Procuradoria vai analisar as implicações da liberação recorde de agrotóxicos na saúde, na segurança alimentar e no meio ambiente.
A investigação que atinge o Ibama, por sua vez, se divide em dois braços: a indicação de policiais militares para cargos comissionados, diretorias e superintendências na gestão do ex-ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, e as mudanças do regramento interno na contramão da função institucional do órgão. Salles deixou a pasta em junho, sob suspeita de favorecer o contrabando de madeira na Amazônia.
O inquérito que mira a divulgação de informações incorretas sobre as queimadas na Amazônia é o único que corre sob sigilo. A investigação tem origem em uma publicação da Secom nas redes sociais. "Mesmo com os focos de incêndio que acometem o Pantanal e outros biomas brasileiros, a área queimada em todo o território nacional é a menor dos últimos 18 anos. Dados do @inpe_mct revelam que 2007 foi o ano em que o Brasil mais sofreu com as queimadas.", diz a postagem. A comparação, no entanto, desconsidera que os números de 2020 incluem apenas os oito primeiros meses daquele ano.