O presidente da CPI da Covid no Senado, Omar Aziz (PSD-AM), alega que o depoente desta quarta-feira, 7, à comissão, o ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde Roberto Ferreira Dias, foi preso por causa das diversas contradições nas informações que prestou, apesar de ter assinado compromisso de dizer e não calar a verdade. O auto de prisão em flagrante também destaca que o depoente optou por não se retratar a respeito de qualquer termo do seu depoimento.
Aziz decretou a prisão de Dias nesta tarde porque, segundo alegou, o depoente teria feito declarações mentirosas à comissão durante seu depoimento. Entre as irregularidades, o documento destaca que Dias afirmou desconhecer quem tentou exonerá-lo do cargo que ocupou no Executivo federal, bem como deixou de explicar quem viabilizou sua permanência no cargo.
"A esse respeito, é de conhecimento público as notícias de que houve tentativas de exoneração do depoente, inclusive por Pazuello (Eduardo, ex-ministro da Saúde) e que este não se concretizava por pedidos de políticos. Evidente, pois, falta com a verdade sobre esse tema", afirma Aziz no auto. O presidente da comissão ainda destaca outras mais de dez ocasiões em que o depoente teria mentido e contrapõe declarações às mensagens de celular cedidas pelo policial militar Luiz Paulo Dominguetti ao colegiado.
Segundo Dominguetti, Dias teria solicitado propina em nome do Ministério da Saúde para fechar acordo de compra de vacinas contra a covid-19.
Ricardo Barros
O auto de prisão de Dias diz que o ex-funcionário do Ministério da Saúde é ligado ao deputado Ricardo Barros. Barros foi implicado no suposto esquema de corrupção pelo deputado federal Luís Miranda, o que Barros nega. O depoimento de Barros, que é líder do governo na Câmara, estava previsto para ocorrer esta quinta-feira (8), porém foi desmarcado sem nova data para acontecer. Ao Supremto Tribunal Federal, Barros pediu para que a data fosse mantida para exercer seu direito à defesa.
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