Jornal Estado de Minas

CPI DA BHTRANS

CPI da BHTrans: empresário investigado fica em silêncio durante depoimento

Empresário de fez presente na CPI de forma remota e não respondeu as perguntas (foto: Divulgação/Câmara Municipal de Belo Horizonte)
Dono da Rodopass, Roberto José Carvalho optou pelo silêncio e não respondeu nenhuma pergunta dos vereadores de Belo Horizonte durante depoimento, na manhã desta quarta-feira (7/7), à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Empresa de Transportes e Trânsito de BH (BHTrans), instalada pela Câmara Municipal da capital de Minas Gerais. A empresa é uma das concessionárias do sistema de transporte coletivo da cidade, e o empresário foi convocado para depor na condição de investigado.





Por isso, conforme direitos constitucionais, Carvalho teve o direito de permanecer em silêncio durante depoimento para não produzir provas contra si mesmo. Isso, contudo, não impediu que os parlamentares fizessem os questionamentos ao dono da Rodopass.

“De acordo com as orientações recebidas, permaneço em silêncio”, foi a resposta dada pelo empresário - que se fazia presente de forma remota - à maioria das perguntas dos vereadores. Os parlamentares ficaram intrigados com a opção, mas respeitaram a decisão do gestor da Rodopass.

“Estamos surpresos com tamanha 'silenciação' diante desta comissão”, afirmou o vereador Gabriel (sem partido), presidente da CPI da BHTrans, que diz também ter 'desprezo' e 'nojo' do investigado. Ao todo, foram 95 perguntas feitas pelos parlamentares, todas sem respostas.





Em um momento, os vereadores exibiram um vídeo, de 2010, no qual um homem, apontado como Roberto José Carvalho, paga em dinheiro físico uma propina ao presidente de um sindicato de motoristas e cobradores de Governador Valadares, cidade mineira da Região do Vale do Rio Doce. Os parlamentares, espantados, afirmaram que uma reunião extraordinária será agendada e que Roberto José Carvalho vai ser reconvocado para depor, agora como testemunha.

A próxima reunião da CPI, às 9h30 da quarta-feira (14/7) da próxima semana, vai colher o depoimento de Fábio Couto de Araújo Cançado. O empresário é sócio da Auto Omnibus Nova Suissa e é outro investigado pela comissão.

Wanderley Porto (Patriota), primeiro signatário do requerimento, Reinaldo Gomes Preto Sacolão (MDB), Gabriel, Professor Claudiney Dulim (Avante), Bella Gonçalves (Psol), Braulio Lara (Novo) e Rubão (PP) são os membros titulares da comissão que busca abrir a “caixa preta” da BHTrans.

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