Jornal Estado de Minas

URGENTE

Ricardo Salles pede demissão do Ministério do Meio Ambiente

O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, pediu demissão, na tarde desta quarta-feira (23/6), ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido). No mesmo decreto, Bolsonaro nomeou Joaquim Alvaro Pereira Leite como novo ministro do Meio Ambiente.





Salles é alvo de duas investigações no Supremo Tribunal Federal (STF). A investigação, chamada de operação Akuanduba, visa apurar crimes contra a administração pública – corrupção, advocacia administrativa, prevaricação e, especialmente, facilitação de contrabando – supostamente praticados por agentes públicos e empresários do ramo madeireiro, diz a PF.
 
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O STF determinou a quebra dos sigilos fiscal e bancário do ministro do Meio Ambiente e de servidores do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama).  
 
O ato de exoneração deve ser publicado nas próximas horas, no Diário Oficial da União.




Durante discurso de despedida, Salles ressaltou os pontos de sua gestão, de 2 anos e meio, e afirmou que o governo Bolsonaro fez uma série de medidas alinhadas com o "projeto escolhido pelo Brasil em 2018, com a eleição do presidente Jair Bolsonaro, de forma democrática".
 
"Fizemos uma série de mudanças que a esquerda vinha fazendo mantendo no Brasil todos esses anos. A mudança de poder, de opiniões, é muito importante. Eu acho que o Brasil avançou muito, precisa continuar avançando", afirmou o ex-ministro.
 
Para Salles, não é preciso "criminalizar" opiniões diferentes. "A sociedade brasileira precisa desse avanço", pontuou.
 
"Quiseram dar um caráter para as medidas que fizemos como desrespeito a legislação, mas não foi isso que aconteceu. Não é verdade. Nós sabemos que várias medidas são importantes e necessárias."

De acordo com Salles, ele pediu exoneração para que o país possa seguir fazendo acordos.
 
A gestão de Salles foi marcada por uma série de polêmicas. A mais conhecida, quando o ministro afirmou, na reunião ministerial de 22 de abril de 2020, que Bolsonaro deveria aproveitar a pandemia para "ir passando a boiada", alterando regras ambientais.
 
* Estagiária sob supervisão da subeditora Ellen Cristie.  




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