Jornal Estado de Minas

POLÍTICA

Após expulsão, Maia compara ACM a inquisidor: 'Torquemada Neto'

Ex-presidente da Câmara, o deputado Rodrigo Maia comentou em seu Twitter sobre sua explusão do Partido Democratas, após quatorze anos de mandato. “O partido diminuiu. Virou moeda de troca junto ao governo Bolsonaro. Agora é virar a página e juntar forças para um projeto de desenvolvimento do Brasil e em prol dos brasileiros”

Maia também comparou o presidente nacional do partido, Antônio Carlos Magalhães Neto, ao inquisidor espanhol Tomás de Torquemada (1920 – 1948). 




 
“O presidente Torquemada Neto, usando o seu poder para tentar calar as merecidas críticas à sua gestão, tomou essa decisão. É lamentável o caminho imposto pelo Torquemada para o partido. Não só por isso, mas também pela sua deslealdade e falta de caráter, pedi a minha desfiliação”, tuitou o deputado.

A Executiva Nacional dos Democratas decidiu, por unanimidade, nesta segunda-feira (14/6) expulsar Rodrigo Maia do partido. A comissão considerou que o parlamentar cometeu infração disciplinar grave ao ofender o presidente nacional da sigla.

Segundo um relatório elaborado pela deputada Professora Dorinha (GO), Maia chamou ACM Neto de “oportunista” e “malandro baiano” numa rede social, ao rebater críticas feitas ao governador de São Paulo, João Doria (PSDB). De acordo com a nota oficial do democratas: “Após garantir o amplo direito de defesa ao parlamentar, os membros da Executiva apreciaram o voto da relatora, deputada Prof. Dorinha”.





O desentendimento com ACM Neto vem desde a campanha para a presidência da Câmara. Maia apoiou Baleia Rossi (MDB-SP), quando a própria legenda apoiou Arthur Lira (PP-AL), que saiu vitorioso na disputa.

Rodrigo Maia estava no DEM desde 2007 e cumpre o sexto mandato como deputado federal. Comandou a Câmara entre julho de 2016, quando sucedeu Eduardo Cunha (MDB-RJ), e fevereiro de 2021, quando foi sucedido por Arthur Lira (PP-AL).
 
Com a expulsão, o DEM não pode requerer o mandato, de acordo com a regra do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O parlamentar seguirá no cargo normalmente. A tendência é que Maia se filie ao PSD.

*Estagiária sob supervisão do subeditor Eduardo Oliveira 


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