Jornal Estado de Minas

PANDEMIA

Carta da Pfizer passou por Bolsonaro e por assessora do Planalto

A carta enviada ao governo brasileiro, em 12 de setembro de 2020, pela farmacêutica Pfizer, chegou até o gabinete do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). É o que aponta um ofício registrado no sistema do Palácio do Planalto.



Leia: Bolsonaro recusou vacina da Pfizer em 2020 por metade do preço      

O documento foi obtido pelo portal Antagonista. Até então, havia uma dúvida se as propostas tinham chegado, de fato, ao próprio Bolsonaro.

A carta tratava de ofertas de doses de vacina contra a COVID-19 e foi ignorada pelo presidente.

Ainda de acordo com os registros, a diretora de Gestão Interna do Gabinete Pessoal da Presidência, Aida Íris de Oliveira, respondeu o e-mail em 14 de setembro, dois dias depois.

No ofício, a assesora do gabinete confirma que recebeu a proposta, mas que, em razão da “natureza do assunto”, o documento estava sendo encaminhado para o Ministério da Saúde. A carta só foi respondida pela pasta dois meses depois.




 

53 e-mails

Documentos divulgados pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), vice-presidente da CPI da COVID, mostram que a gestão Jair Bolsonaro deixou de responder 53 e-mails da farmacêutica Pfizer enviados para pedir um posicionamento sobre a compra de vacinas.

 

TCU

O ex-ministro Eduardo Pazuello chegou a alegar que o governo não aceitou a oferta em função do Tribunal de Conta da União (TCU), que, por meio de nota, desmentiu o ex-ministro.

A primeira ida de Pazuello à CPI foi marcada por tantos relatos contraditórios, que ele foi convocado para um segundo depoimento.

Ainda assim, após o segundo depoimento de Pazuello, o presidente da CPI, senador Omar Aziz  (PSD) declarou considerar a realização de uma acareação entre o ex-chefe da Secretaria de Comunicação (Secom) do governo federal Fabio Wajngarten, o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello e um representante da Pfizer. 

* Estagiária sob supervisão da subeditora Ellen Cristie. 





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