A deputada federal Flordelis dos Santos de Souza (PSD-RJ) e mais nove réus acusados de participação na morte do pastor Anderson do Carmo irão a júri popular. A decisão é da juíza Nearis dos Santos Carvalho Arce, do 3º Tribunal do Júri de Niterói (RJ). Ainda não há data prevista para o julgamento.
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Deputada Flordelis afirma que a filha Simone mandou matar pastor AndersonEm depoimento à Câmara, Flordelis chora e diz não ter mandado matar o maridoMP-RJ pede que Flordelis seja submetida a júri popular pela morte do maridoConselho de Ética aprova cassação de Flordelis por 16 votos a favor e 1 contraFlordelis alega injustiça e preconceito em depoimento a parlamentaresDeputado pede interdição de Bolsonaro: 'Grave doença mental'Devido à imunidade parlamentar, a deputada só poderá ser presa se for condenada e quando a ação transitar em julgado, com todos os recursos finalizados.
O Estadão procurou a defesa de Flordelis para se manifestar sobre a decisão da Justiça, mas ainda não obteve retorno. A deputada sempre negou envolvimento com o crime.
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O crime
Anderson do Carmo foi executado com mais de 30 tiros na porta da casa do casal em Pendotiba, Niterói (RJ). Na época do assassinato, a deputada federal afirmou que se tratava de um assalto. Apesar disso, a investigação conduzida pelo Ministério Público e pela Polícia Civil não demorou muito para encontrar divergências nos depoimentos, além de outras evidências.
De acordo com a investigação, a família tentou esconder as evidências dos crimes chegando até mesmo fazer uma fogueira no quintal da casa para destruir provas. Os policiais acreditam que Flordelis tentou assassinar o pastor pelo menos seis vezes por envenenamento, além de contratar pistoleiros em outras duas vezes.
Em uma das mensagens encontradas pelos policiais, Flordelis chama Anderson de “traste” e pede ajuda para um filho. “André, pelo amor de Deus, vamos pôr um fim nisso. Me ajuda. Cara, tô te pedindo, te implorando. Até quando vamos ter que suportar esse traste no nosso meio?”, escreveu.
Em outra, Marzy, uma das filhas do casal, incentiva o irmão Lucas a matar o pastor por R$ 10 mil. Vale relembrar que o revólver usado na execução estava em cima do armário de Flávio, filho que admitiu ser o autor dos disparos.