Jornal Estado de Minas

GOVERNO DE MINAS

Tímido nas restrições, Zema consegue holofotes durante vacinação em Minas

Governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo) conseguiu os holofotes e assumiu o protagonismo durante as primeiras vacinações contra o novo coronavírus no estado. O chefe do Executivo estadual participou de dois atos simbólicos da imunização, com discursos e entrevistas seguintes. Em contrapartida, durante a pandemia, o governante preferiu repassar as responsabilidades diretas de medidas restritivas por causa da pandemia de COVID-19 aos prefeitos mineiros.





Desde o início da pandemia do novo coronavírus, em março de 2020, Zema e o Governo de Minas se colocaram no lugar de conselheiros e não tomadores de decisões a respeito de ações para impedir a propagação do vírus. O Executivo estadual se baseou no programa “Minas Consciente - retomando a economia do jeito certo”, lançado em abril do ano passado, para orientar os municípios.

“Vamos disponibilizar diversos protocolos sanitários. Todos serão detalhados de forma que possam assegurar o funcionamento responsável dos estabelecimentos. Haverá o protocolo básico, que é comum a todos, e os específicos, que guiarão de maneira segura os empresários e os consumidores. Nosso compromisso é com a vida dos mineiros”, destacou o governador, no lançamento do plano.

Em julho, devido à baixa adesão ao programa, o Minas Consciente chegou a ser reformulado. O caso parou na Justiça, com o Tribunal de Justiça de Minas Gerais pedindo que os municípios que não seguissem o plano mantivessem as regras de isolamento social, sob argumento de que havia uma flexibilização das atividades econômicas sem a orientação de quaisquer protocolos sanitários.





Um dos principais exemplos de tomadas de decisão são as medidas adotadas pela Prefeitura de Belo Horizonte. O prefeito da capital mineira, Alexandre Kalil (PSD), entrou em rota de colisão com o governador em diversos momentos e não seguiu o Minas Consciente, utilizando de decretos municipais para controlar a atividade econômica durante a pandemia.

Ao contrário de Zema, Kalil chegou a se reunir com João Doria (PSDB), governador de São Paulo, para garantir a vacinação em BH caso o plano nacional de imunização não desse certo. O Executivo paulista tem o domínio da produção da vacina que acabou sendo utilizada em um primeiro momento: a CoronaVac, produzida pelo Instituto Butantan, que pertence ao Poder Público paulista.

O Governo Federal, mesmo em conflito com o Executivo paulista, distribuiu na última segunda-feira (18/1) seis milhões de doses da CoronaVac. Minas ficou com 577.680 delas. No mesmo dia, Zema participou de um ato simbólico organizado pela Governo de Minas pela primeira vacinação contra a COVID-19 no estado.





No Aeroporto Internacional de Tancredo Neves, em Confins, cidade da Região Metropolitana de BH, foi realizada a primeira vacinação, logo após o discurso de Zema. No dia seguinte, nessa terça-feira (19/1), o governador viajou para Montes Claros, na Região Norte do estado.

Na cidade, também foi organizado pelo Governo de Minas um ato simbólico da primeira vacinação em Minas fora da Região Metropolitana de BH. Após as imunizações, Zema abordou a importância da vacina para conter a pandemia do novo coronavírus.

Desde a vacinação em Confins, as doses foram distribuídas por todo o estado. Segundo o Governo de Minas, todas as 577 mil vacinas fornecidas pelo Governo Federal já foram entregues às 28 regionais mineiras de saúde. Agora, novamente, o Executivo estadual “passa a bola” para as prefeituras.





A primeira fase de prioridades para vacinação contempla pessoas com 60 anos ou mais em instituições de longa permanência – bem como pessoas com deficiência –, população indígena que vive em terras demarcadas e 34% dos trabalhadores da saúde que lidam diariamente com a COVID-19. A maior fatia das doses, de acordo com o Ministério da Saúde, vai para os colaboradores da linha de frente do combate ao coronavírus nas unidades hospitalares.

De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG), Minas Gerais já registrou 659.385 casos confirmados de COVID-19 desde o início da pandemia. São 13.721 mortes por causa das complicações causadas pela doença e 538.747 recuperações.

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