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Estado de Minas Entrevista/Marília Campos

"Não tenho negacionismo sobre a pandemia", diz prefeita de Contagem

Petista, que governa cidade pela terceira vez, quer dialogar para enfrentar problemas


11/01/2021 04:00 - atualizado 11/01/2021 07:19

Prefeita de Contagem, Marília Campos, eleita pela terceira vez(foto: Prefeitura de Contagem/divulgação)
Prefeita de Contagem, Marília Campos, eleita pela terceira vez (foto: Prefeitura de Contagem/divulgação)
Vencedora em uma das eleições mais acirradas para a Prefeitura de Contagem, Marília Campos pretende dialogar com todos os setores para conduzir as medidas de combate à COVID-19, entre elas o retorno às aulas presenciais nas escolas do município.

Prefeita de Contagem pela terceira vez (ela foi eleita em 2004 e reeleita em 2008), Marília fala também sobre a redução da alíquota do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU).

Depois da disputa acirrada nas urnas, agora, a palavra do governo, segundo ela, será o diálogo com os 600 mil contagenses.

A prefeita espera contar com a população para definir os rumos do combate à pandemia, assim como um possível retorno às aulas presenciais em fevereiro e em relação aos rumos das intervenções no transporte público.

Em entrevista ao Estado de Minas, Marília Campos fala sobre planos e desafios.

A que você atribui a vitória nesta eleição?

Acho que, primeiro, é importante caracterizar uma questão que, diferente do Brasil (na eleição nacional), na qual se apresentou uma novidade, nesta eleição todos os candidatos que se apresentavam eram candidatos que estavam defendendo o sistema político. Aqui em Contagem foi o único lugar diferente, onde uma pessoa completamente desconhecida inicia campanha dizendo que não é político, com discurso da eleição passada e faz campanha pautada no populismo tributáruo, de fake news e contra partido político. Na minha opinião só fui vitoriosa em virtude da minha história e em com uma campanha que resgata a minha história.


"Está afastado o risco de fechamento? Não. Mas queremos conversar com o comércio e, de cara, temos uma proposta, que é a lei seca... Vai ser possível manter a atividade econômica, mas o que a gente quer discutir são as restrições, que serão próprias de cada setor"




A COVID-19 continua crescendo em todo estado. Como atuar para tentar conter o avanço da doença?

Certamente o receituário não vai mudar, vamos tomar providências para poder vacinar, fazer campanha de distanciamento social, na medida do possível. A gente está discutindo o protocolo de volta às aulas, pretendemos voltar em fevereiro, mas com os devidos cuidados. Estamos nos preparando para essa questão da educação. Eu não sei porque a cidade não aderiu ao Minas Consciente, mas temos que atuar de forma metropolitana, uma vez que o vírus não tem fronteira. O que o estado faz é apenas colocar os indicadores, mas todo processo de articulação é do município. Eu acho que é muito mais importante uma articulação metropolitana.

Algumas cidades estão voltando atrás e fechando o comércio não essencial. Em Contagem não haverá fechamento do comércio num primeiro momento?

Está afastado o risco de fechamento? Não. Mas queremos conversar com o comércio e, de cara, temos uma proposta, que é a lei seca. Não é proibido vender (bebida alcoólica), mas será proibido consumir álcool no local. Vai ser possível manter a atividade econômica, mas o que a gente quer discutir são as restrições, que serão próprias de cada setor”.

E em relação à Saúde, o que os contagenses podem esperar para os próximos anos?

Estamos com duas UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) sendo construídas e vamos fazer funcionar. Temos mais de 130 equipes de Saúde da Família, vamos reestruturar as equipes para unir unidades de saúde e ter abrangência de saúde maior. Isso vai garantir maior resolutividade, com integração das equipes no mesmo local. Na urgência e emergência, o hospital, a UPA e o hospital materno infantil tiveram suas gestões terceirizadas. Estamos revendo e tomando providências para ver o custo-benefício desta parceria e ver se vale a pena mantê-la.

Você falou de uma possível volta às aulas de maneira presencial em fevereiro. Isso é possível?

Não tenho negacionismo sobre a pandemia. Temos que ser orientados pelos cientistas, sobre as orientações de convivência social. O nosso comitê de gerenciamento da pandemia estará articulado com a região metropolitana. Dependendo da taxa de transmissão, temos que discutir um funcionamento diferente, que pode ser rodízio ou diminuição do tempo de horas-aula. O funcionamento escolar terá que ser outro. Isso tudo porque a gente poderia falar de combinar aula presencial e remota. Mas grande parte não tem acesso à internet. Vamos promover esse protocolo de funcionamento à luz dos infectologistas, que irão nos assessorar.

Uma questão muito discutida nas campanhas em geral era o IPTU. Candidatos prometeram redução e até mesmo isenção do tributo. Como será na sua gestão?

Vamos reestruturar a Secretaria de Desenvolvimento Econômico para que seja protagonista nas políticas públicas. Vamos rever a política tributária. O IPTU em Contagem é abusivo, tanto o comercial quanto o residencial. Nosso objetivo é reduzir e renegociar quem está em débito ajuizado. Vamos também fazer um estudo dos nossos distritos industriais, promovendo uma revitalização. Vamos incentivar o empreendedorismo, a economia familiar e o cooperativismo para gerar renda para as famílias contagenses.

Você acha que uma Câmara pulverizada, com candidatos eleitos por diversos partidos, pode ser um problema para a sua gestão?

São 14 partidos e 21 vereadores. Acredito muito no diálogo. O papel do Executivo é dialogar. Acabou a eleição, a gente desce do palanque e conversa. A minha relação com o povo não passa pela Câmara. Não acho que tem que ter posição intervencionista do Executivo. O voto em mim foi um voto de esperança. Agora, quero deixar um recado para aqueles que votaram e que não votaram. Em vou governar para todos. 





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