
Personalidades como os cantores Gilberto Gil, Elza Soares e Martinho da Vila e a ex-ministra Marina Silva foram excluídas da galeria.
Segundo a portaria, agora a lista passará a fazer apenas homenagens póstumas. Ou seja, vai conter somente nomes de personalidades já mortas. A mudança começa a valer em 1º de dezembro.
Será função da diretoria da Fundação Cultural Palmares aprovar os nomes que serão incluídos ou excluídos da lista.
Críterios
Ainda de acordo com o documento, outros critérios para a inclusão na lista serão: a relevante contribuição histórica no âmbito de sua área de conhecimento ou atuação e os princípios defendidos pelo Estado brasileiro.
Com a palavra, Sérgio Camargo
Nas redes sociais o presidente da Fundação Palmares falou sobre o assunto. De acordo com Sérgio Camargo, a nova lista homenageia quem deu contribuição histórica em sua área de atuação.
A nova lista de personalidades negras será homenagem PÓSTUMA a quem deu contribuição histórica em sua área de atuação. Serão adicionados, entre outros, Mussum, Wilson Simonal, Luiz Melodia e João do Pulo. O Brasil finalmente poderá ter orgulho da galeria da Fundação Palmares.%uD83C%uDDE7%uD83C%uDDF7 pic.twitter.com/fePyeL4KOX
%u2014 Sérgio Camargo (@sergiodireita1) November 11, 2020
“Serão adicionados, entre outros, Mussum, Wilson Simonal, Luiz Melodia e João do Pulo. O Brasil finalmente poderá ter orgulho da galeria da Fundação Palmares”, explicou.
Segundo ele, nomes como Gilberto Gil, Elza Soares, Martinho da Vila e outros terão exclusão automática.
“Haverá inclusão de novos nomes após aprovação pela diretoria colegiada da Fundação Palmares, como determina portaria”, escreveu.
Nomeação e polêmicas
Desde a sua nomeação, Camargo dá declarações polêmicas com grande repercussão nas redes sociais e entre a comunidade negra. Em junho, vieram à tona gavações em que Camargo chama o movimento negro de "escória maldita" em uma reunião. A gravação foi feita sem que ele tivesse conhecimento.
Na ocasião, o presidente da Fundação Palmares também disse que Zumbi era "filho da puta que escravizava pretos", criticou o Dia da Consciência Negra, falou em demitir "esquerdista" e usou o termo "macumbeira" para se referir a uma mãe de santo.
A nomeação de Camargo para a presidência da Fundação Palmares ocorreu no fim de novembro de 2019 e causou uma onda de reações após o jornalista relativizou temas como a escravidão e o racismo no Brasil.
Em 4 dezembro, a Justiça Federal do Ceará aceitou um pedido de ação popular e determinou a suspensão a indicação. A decisão foi derrubada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) em fevereiro deste ano, permitindo que Camargo assumisse o cargo.
*Estagiária sob supervisão da editora-assistente Vera Schmitz