Jornal Estado de Minas

ELEIÇÕES 2020

Cabo Xavier diz que se inspira em prefeito de Colatina (ES): 'Capina lote, pinta ruas'

“Honestidade, boa vontade política, simplicidade e amor”. Essas são as diretrizes citadas por Cabo Xavier, candidato do PMB à Prefeitura de Belo Horizonte nas Eleições 2020. Com promessas de criação de um banco municipal de desenvolvimento econômico, monotrilho, entre outras, o militar de 48 anos que concorre pela primeira vez ao cargo de prefeito da capital afirmou que desconhece o valor do orçamento municipal, que classificou como ‘dado técnico’ que ficarão a cargo de sua ‘equipe técnica’.





Em entrevista aos Diários Associados (EM, Alterosa e Uai) Xavier disse que sua inspiração é Sérgio Meneguelli (Republicanos), prefeito de Colatina, no interior do Espírito Santo, que abdicou das regalias e ajuda em atividades simples na cidade, como capina de lotes e pintura de ruas.

“Cito o exemplo do prefeito de Colatina, o Sérgio, que abriu mão das regalias. Capina lote, ajuda a pintar as marquises das ruas, viadutos, cuida dos jardins, com simplicidade. Essa pessoa é meu referencial. É o que eu quero ser para BH. Sem muita firula, sem muita coisa técnica. Com simplicidade. Colatina hoje é referência no mundo. Está entregando a prefeitura com superávit”, declarou o candidato. 

Citada por Cabo Xavier como ‘referência no mundo’, Colatina fica no Noroeste do Espírito Santo. Tem aproximadamente 123 mil habitantes e densidade demográfica de 78,90 habitantes/km2, segundo o IBGE.



A cidade capixaba registra um índice de desenvolvimento humano (IDH) de 0,746 e ocupa a 5ª posição no ranking estadual, atrás de Vitória (0,845), Vila Velha (0,800), João Neiva (0,753) e Aracruz (0,752). A taxa de mortalidade infantil na cidade é de 12,94 óbitos por mil nascidos vivos.

A título de comparação, Belo Horizonte tem 2,5 milhões de habitantes e densidade demográfica de 7.167,00 hab/km2. A capital mineira tem IDH de 0,810, segundo maior de Minas Gerais, atrás de Nova Lima (0,813). O índice de mortalidade infantil em BH é de 9,99 óbitos por mil nascidos vivos.

Cabo Xavier foi indagado sobre a diferença entre a complexidade dos problemas entre as duas cidades e se Colatina pode ser usada como exemplo de administração para Belo Horizonte e respondeu: “E por que não? O que eu me proponho não é sair capinando Belo Horizonte, mas ser simples e economizar a máquina pública. Quando eu me referencio nele, falo da sua transparência, honestidade e vontade de fazer. E a coisa deu certo”.




Simplicidade x dados técnicos

O candidato do PMB afirmou diversas vezes durante a entrevista que a simplicidade e a vontade de fazer serão algumas de suas armas para administrar Belo Horizonte, caso seja eleito. Mesmo dizendo desconhecer os valores que a cidade arrecada, ele propõe redução de impostos para auxiliar pequenos empresários a se reestruturarem após a crise causada pela pandemia de COVID-19. Também planeja a construção de um monotrilho e de um banco municipal de desenvolvimento econômico.

Veja abaixo um trecho da entrevista do Cabo Xavier, que será publicada na íntegra neste sábado

EM: Olhando para Belo Horizonte, a cidade que o senhor quer governar, qual foi o orçamento* previsto para 2020?
Cabo Xavier: Não sei te responder. Essas questões técnicas vão ficar a cargo da minha equipe técnica. Não sou técnico em administração. Sou teólogo e graduando em Direito. Mas acredito que com uma boa equipe, vamos estar a par de todas essas coisas para fazer uma boa gestão. Acho que é muito importante para o povo é saber o que a gente quer fazer. Porque o povo não está interessado em dados técnicos. Esses dados técnicos muitas vezes são para deixar o candidato numa situação difícil. 

EM: Como o senhor quer governar a cidade sem saber a receita da cidade?
Cabo Xavier: Com honestidade, boa vontade política, simplicidade, amor. Muitos candidatos que vieram com dados técnicos, programa de governo não realizaram nada, roubaram a cidade, colocou BH no rumo do atraso e não resolveu nada disso. Precisamos de gente com boa vontade política, honestidade, e eu tenho essas características.





EM: O senhor fala em metrô, monotrilho, convergência de modais. Qual é o custo estimado e de onde virão os recursos para concretização desses projetos?
Cabo Xavier: Olha, o prefeito não sabe tudo. Por isso ele tem assessorias técnicas. Nossos técnicos é que vão cuidar de dados de como serão os percentuais. O que nós temos é a vontade de fazer a coisa certa. Isso se faz com parcerias. Estamos saindo de um momento de pandemia para uma nova realidade, que serão as parcerias público-privadas. Se BH for bem cuidada e houver diálogo, é possível trazer parcerias para esses projetos.

EM: Mas qual é o custo estimado?
Cabo Xavier: Mais uma vez eu digo que essas questões técnicas é a secretaria técnica que fará o levantamento. Hoje não estou na prefeitura e não tenho como mensurar dados técnicos para apresentar.

EM: O senhor fala em isenção de impostos, que diminuirá a renda do Município e, também, em criação de um banco, que é algo que demanda recursos. De onde vão sair os recursos para a criação de um banco? E essa isenção de impostos não vai agravar ainda mais a situação financeira do Município?
Cabo Xavier: Não, porque os impostos no Brasil estão sempre acima da média. Há um gasto público excessivo e a gente vai ter condição de fazer esse enxugamento. Sobre o banco, vamos buscar parcerias nos governos Federal e Estadual e em mecanismos internacionais de ajuda humanitária. 





EM: A que o belo-horizontino pode se apegar para acreditar que a promessa do monotrilho não será apenas um novo sonho, como é a expansão do metrô?
Cabo Xavier: É só olhar quem está prometendo. Eu não sou mandatário. Estou na política tentando uma oportunidade e vendendo para as pessoas uma verdade. Muitos dos candidatos que estão prometendo isso estão no mandato há anos e nunca apresentaram essa proposta como parlamentar. Essa é a grande diferença do que eu quero ser.

*A proposta de lei orçamentária para apresentada pela PBH à Câmara Municipal para 2021 prevê que a receita supere R$ 14,3 bilhões (4% a mais do que o projetado para 2020). Cerca de R$ 4,4 bilhões são provenientes de tributos cobrados pelo Município, como IPTU e ISS. Aproximadamente R$6,6 bilhões vêm de repasses dos Governos Federal e Estadual. Dessa receita, 33,3% (R$ 4,7 bilhões) serão investidos na Saúde; 16,30% (R$ 2,3 milhões) em educação e 10,57% (R$ 1,5 bilhão) em previdência social.
 

Primeiro turno de votação nas eleições 2020 será em 15 novembro. Confira nosso guia

Eleições 2020: como votar, datas e horários

O primeiro turno das eleições 2020 será em 15 de novembro e, caso seja necessário no seu município, o segundo turno será realizado em 29 de novembro de 2020. Nestas eleições, o horário de votação é das 7h às 17h. O horário entre 7h e 10h é preferencial para maiores de 60 anos.





Com as novas medidas diante da pandemia do coronavírus, preparamos um guia com tudo que você precisa saber para votar nas eleições 2020.

O que muda nas eleições 2020?

Muitas mudanças foram feitas pela Justiça Eleitoral para os candidatos a prefeito e vereador durante o período eleitoral de 2020. Além disso, os eleitores também terão de se adaptar às novas normas para os dias de votação, como a abertura antecipada das seções eleitorais e as regras de higiene que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).  


Como justificar o voto nas eleições 2020?

Os eleitores poderão optar por justificar o voto de três formas: 
  • No dia das eleições: o eleitor que estiver fora de sua cidade pode justificar a ausência em qualquer local de votação, das 7h às 17h. O eleitor deverá ter o número do título, um documento oficial de identificação e o formulário de justificativa preenchido.

  • Depois das eleições: preenchendo o formulário de justificativa em qualquer cartório eleitoral ou posto de atendimento ao eleitor em até 60 dias após a votação.

  • A justificativa também poderá ser feita pelo celular no aplicativo e-Título.



Eleições 2020 em Belo Horizonte

Na capital mineira, 15 candidatos disputam as eleições para prefeito. Conheça quem são os candidatos e o perfil de cada na corrida rumo à Prefeitura de Belo Horizonte (PBH). Já para vereador, Belo Horizonte conta com mais de 1,5 mil candidatos. Alguns apostaram em apelidos e codinomes bem inusitados para conseguir votos.


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