Na política, a despeito de estar em faixas extremas da idade, os candidatos se aproximam nos discursos, como já mostra a campanha para vereador em Belo Horizonte e em Minas Gerais. O Estado de Minas checou os dados disponibilizados pelos tribunais Superior Eleitoral (TSE) e Regional Eleitoral (TRE) e localizou os concorrentes mais jovem e na idade madura tanto na capital quanto no estado. Em comum, eles dizem que desejam ajudar o próximo e têm ânsia pela mudança.
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“Estou com 98 no documento, mas isso é só a idade registrada. Minha idade certa é 107 anos. Essa vontade é porque fui criada junto a uma família de políticos, do Paulinho (Chicó da Digudinho, candidato a prefeito). Sou nascida no Rio de Janeiro, mas minha mãe veio para a Mata, eu tinha pouca idade, e fui registrada em Santana. Aí vim para dentro da casa do tataravô desse Paulinho e fui criada com eles”, disse ao EM.
Dona Dica foi parteira na cidade por muitos anos e diz que pretende seguir ajudando a população de Santana do Manhuaçu caso seja eleita. Ela conta com amigos e conhecidos para fazer a campanha eleitoral no município, de 7.764 eleitores. Ao todo, são 77 candidatos a nove vagas na Câmara.
“Quase não posso andar, é difícil, só ando dentro de casa, mas tenho muitas amizades, aí eles mesmos vão me reconhecer, votar em mim e me ajudar”, conta Geralda Almeida. Parteira durante 60 anos e viúva há 34, a aposentada diz que o sentimento de solidariedade sempre a acompanhou.
Ele concorrerá com outros 73 postulantes a nove vagas na Câmara Municipal. Apesar da pouca idade, Guilherme já não estuda mais e abandonou a escola ainda no primeiro ano do ensino médio. “Eu parei de estudar no primeiro ano, pois gosto de trabalhar. Quero aprender a ler, escrever e fazer conta”, disse ele, que trabalha em uma loja de material de construção. Envolvido pela ideia da mudança, Guilherme Davi recebeu o apoio dos pais, que, a princípio, não acreditaram no sonho do filho.
“Entrei na disputa por tarefa. Não me obrigaram, mas quando você está no PCB, você tem deveres, tarefas. Não foi por opção, mas foi uma certa pressãozinha das pessoas. Falavam que eu seria uma referência para as outras mais novas, então aceitei e vou disputar com orgulho”, disse à reportagem. Souza Dantas vê a experiência como trunfo na campanha e é considerada uma “matriarca” no PCB de BH.
A candidata mais jovem de BH tem a educação como foco na campanha eleitoral. Moradora do bairro Planalto, na Região Norte da cidade, e estudante do segundo ano do ensino médio na rede pública, Lívia Silva (PDT) completou 18 anos na quarta-feira passada e espera atuar, principalmente, em favor dos jovens.
“Sempre fiz parte de grupos e movimentos estudantis. Filiei-me ao partido com esse intuito, e sempre acreditei na mudança. Tipo um sonho de princesa mesmo. Tenho garra para poder mudar e preciso que as pessoas acreditem que a educação é um meio de mudança”, afirma. Lívia se candidatou em busca de um futuro melhor para sua geração. Ela sempre estudou em escolas da rede pública.
Tanto Lívia Silva quanto Souza Dantas vão concorrer com outros 1.546 candidatos por 41 vagas na Câmara Municipal de BH. Desde 26 de agosto, a propaganda eleitoral está permitida por lei. O primeiro turno das eleições municipais deste ano será realizado em 15 de novembro, enquanto o segundo, caso necessário, ocorrerá em 29 do mês que vem.