Jornal Estado de Minas

POLÍTICA

Irmão de Weintraub deixa o governo e ganha cargo na OEA, em Washington

O assessor especial da Presidência Arthur Weintraub anunciou, em vídeo gravado ao lado do presidente Jair Bolsonaro, nesta terça-feira, 15, que está de saída do governo para assumir um cargo na Organização dos Estados Americanos (OEA), em Washington (EUA).





 

 


A mudança ocorre três meses após seu irmão, o ex-ministro da Educação Abraham Weintraub, ter sido indicado pelo governo brasileiro para o cargo de diretor no Banco Mundial, também na capital americana.

O Palácio do Planalto ainda não oficializou a saída de Arthur Weintraub. Também não foi divulgado o cargo exato que ele ocupará na organização. O Estadão apurou que Arthur Weintraub será nomeado secretário de Acesso a Direitos e Equidade. O posto atua na promoção de inclusão e equidade nos países da região.

Seguidores do guru da direita Olavo de Carvalho, os dois irmãos se aproximaram de Bolsonaro antes da campanha eleitoral de 2018. No governo, os dois integraram a ala ideológica, que vem perdendo espaço desde que o presidente, pressionado por pedidos de impeachment, passou a adotar um tom menos beligerante. Os Weintraub eram apontados como dois dos principais responsáveis pela radicalização do discurso de Bolsonaro.



"Estou triste porque vou deixar o cargo de assessor do presidente Bolsonaro. Quero dizer para ele que foi uma honra. De coração, foi uma honra ter trabalhado com o senhor nessa oportunidade que o senhor me deu. Estou indo para OEA na área de direito, um cargo de direito", disse Arthur.

À frente da OEA está o uruguaio Luiz Almagro, reeleito em março deste ano para um mandato até 2025. "Conversei com o presidente desde o começo e brinquei com ele que agora vai sobrar um pouco mais de comida para o almoço. O secretário da OEA é o Almagro, e agora vai ter o El Magro", disse.

O presidente agradeceu a Arthur por ter embarcado no projeto dele à Presidência "quando ninguém acreditava". Os três chegaram a fazer uma viagem juntos para o Japão, Coreia do Sul e Taiwan em 2018. Bolsonaro disse que o ex-assessor tem "participação muito grande" no que é feito no governo atualmente.

"Chegar (à Presidência) é uma coisa, fazer uma bom governo é outra. Outras boas pessoas ao longo desse tempo cerraram ao nosso lado. De modo que acredito que estamos fazendo um bom governo em especial no tocante à nossa economia. Ele tem uma participação muito grande naquilo que fazemos hoje em dia. Muito obrigado, boa sorte lá", disse Bolsonaro.

Após o ex-assessor dizer que o presidente poderá seguir contando com ele e o irmão, Bolsonaro respondeu: "Quando quiser retornar, as portas estão abertas".