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Estado de Minas REPERCURSSÃO

Mandetta sobre Bolsonaro: 'Ficar sem máscara, abraçando gente, estava flertando com o contágio'

Ex-ministro da Saúde afirmou, em entrevista à GloboNews, que o governo deve se preocupar mais com a biossegurança das autoridades


postado em 07/07/2020 15:00 / atualizado em 07/07/2020 18:55

(foto: Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)
(foto: Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)
Depois de o presidente Jair Bolsonaro confirmar que foi infectado pelo coronavírus, o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta apontou atitudes que expuseram o chefe do Executivo ao risco, em entrevista à GloboNews. “Ficar dentro de Brasília, sem máscara, abraçando gente, indo em praça, estava flertando com o contágio”, afirmou o médico. 

 

Mandetta disse que a biossegurança em torno do presidente “precisa melhorar muito”. O ex-ministro afirmou que o Palácio do Planalto não segue protocolos para evitar a propagação do vírus, e que isso deveria ser uma preocupação do governo. 
“Lembro muito da posse da então secretária de Cultura, Regina Duarte. O que tinha de gente que levantou e foi abraçar, batendo selfie, rosto colado, ninguém de máscara”, contou. 
 
“Muitas vezes falei para pelo menos colocar álcool em gel. Os serviços de proteção ao presidente, que se preocupam tanto com atiradores, terrorismo, no momento teriam que aprimorar muito o grau de proteção biológica”, recomendou o ex-ministro. 
 
O ex-ministro disse que o presidente e o governo também não seguem protocolos para evitar a contaminação na relação com os jornalistas. Mandetta apontou que, quando as coletivas diárias sobre a situação do coronavírus eram no Ministério da Saúde, as perguntas eram enviadas por e-mail. 
 
Depois, quando os comunicados passaram a ser feitos no Palácio no Planalto, os jornalistas voltaram a fazer as perguntas presencialmente. “Era um risco desnecessário porque poderia ter feito as perguntas por vídeo”, argumentou.
 
Mandetta ainda comentou que outras entidades da esfera federal do Estado deveriam tomar esses cuidados, como o Senado e o Supremo Tribunal Federal (STF). “Boa parte [dos integrantes] tem faixa etária elevada, essas estruturas têm que ter os seus cálculos de biossegurança e cumpri-los. A letalidade é pequena individualmente, mas coletivamente pode fazer um dano”, analisou. 
 
Sobre o teste positivo de Bolsonaro, Mandetta afirmou que a chance é alta de que ele passe pela doença bem. “Não é uma doença de letalidade individual elevada”, pontuou. Porém, recomendou que o presidente não volte à agenda normal em uma semana, como sugeriu durante o anúncio.
 
O médico disse que com menos de 14 dias não é possível sair do isolamento, já que é necessário esperar o desaparecimento dos sintomas e comprovar em exames a ausência do vírus e a criação de imunidade. 
 
Ao final da entrevista, Mandetta disse esperar que o presidente se recupere logo da COVID-19, e que o círculo pessoal de Bolsonaro se preserve. “Eu espero que os meus colegas ministros que estiveram com ele façam os seus testes, preservem os seus assessores, preservem a estrutura de comando de seus ministérios. E, caso tenham sido contaminados, possam fazer todo o repouso que o caso requer”. 

O ex-ministro ainda comentou, de forma genérica, que as pessoas que têm a COVID-19 costumam questionar seus posicionamentos enquanto estão isoladas. “Que isso sirva, se for pra servir pra alguma coisa, para que a gente saia melhor, com uma visão mais humanística, mais cidadã, de evitar que isso ocorra com outras pessoas”, concluiu. 
 
*Estagiário sob supervisão da editora Liliane Corrêa


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