Ao encerrar o discurso, na tarde desta terça-feira (7), anunciando o diagnóstico positivo para COVID-19, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) se afastou dos jornalistas alguns passos e tirou a máscara de proteção para falar às câmeras. A entrevista, concedida exclusivamente aos repórteres da CNN e da Rede Record, foi tradicional, com os profissionais próximos a Bolsonaro, descumprindo as medidas de proteção e quebrando as regras de distanciamento recomendadas pelas autoridades de saúde.
“Espera um pouco aí. Vou me afastar um pouquinho aqui para vocês verem minha cara. Estou bem, tranquilo, graças a Deus", disse o presidente, após tirar o equipamento de proteção individual (EPI) do rosto para seguir a entrevista. "Vamos tomar cuidado especial com os mais velhos. Aos mais jovens que foram acometidos ao vírus, fiquem tranquilos que a possibilidade de algo mais grave é próxima de zero”, afirmou.
Outro detalhe que chamou atenção durante a declaração do presidente foi a não participação de repórteres do Grupo Globo, que ficaram do lado de fora do Palácio do Alvorada, em Brasília.
‘Briga’ com a imprensa
Em 9 de junho, Bolsonaro ironizou a decisão de alguns veículos de imprensa de não cobrirem mais as entrevistas coletivas na saída do Alvorada. Na ocasião, durante um pronunciamento, o presidente fez uma piada com a ausência da TV Globo.
“Uma parte da mídia, não são todos… em especial aí a…”, e nesse momento começou a procurar a logomarca da Globo entre os microfones. “Não está aqui, a Globo. Saudades da Globo aqui”, afirmou ironicamente.
Essa não foi a primeira vez que o presidente tocou nesse assunto. Em 26 de maio, um dia após alguns jornais tomarem a decisão de não cobrir mais o Alvorada, Bolsonaro alfinetou os veículos de imprensa. “Ué, mas já acabaram as perguntas? Cadê a Folha de S. Paulo? Cadê O Globo? Estadão não ta aí, não, gente? Acabou, já?”, ironizou o presidente. Na época, ele classificou a decisão como “vitimismo”.
*Estagiário sob supervisão da editora Liliane Corrêa