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Estado de Minas DESOBEDECEU ORDEM

Analista do TJ ataca policiais que prendiam bolsonarista acusado de xingar governador

A mulher chegou a arrastar um dos agentes pela janela do veículo dela; acusada foi autuada por desobediência, desacato e resistência


postado em 15/06/2020 18:29 / atualizado em 15/06/2020 18:39

(foto: Reprodução/Vídeo/Correio Braziliense)
(foto: Reprodução/Vídeo/Correio Braziliense)
Uma analista judiciária acabou presa em flagrante após tentar impedir a prisão de Renan Silva Sena, bolsonarista acusado de xingar o governador o Ibaneis Rocha e atacar o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Congresso Nacional. Agentes da Delegacia de Repressão aos Crimes Cibernéticos (DRCC) prenderam o acusado, de 57 anos, na tarde de domingo (14/6).

A servidora do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) conduzia um GM Pálio branco, e Renan estava no banco passageiro. Policiais aguardaram os apoiadores do presidente Jair Bolsonaro saírem de uma manifestação em frente ao Palácio do Buriti para realizar a abordagem e, assim, evitar um possível tumulto. 
No Setor de Indústrias Gráficas (SIG), os agentes deram ordem de parada à analista, informando se tratar de policiais civis. Nesse momento, a motorista acelerou o veículo para tentar fugir da abordagem. Após alguns metros, os policiais mandaram ela parar novamente e, só então ela desacelerou. Vídeo gravado pela equipe do Correio mostra o momento da ação policial.

Um dos agentes desceu da viatura descaracterizada, pedindo para que ela colocasse a mão no volante. Além de não acatar a ordem, a mulher deu nova partida e o policial tentou desligar o carro, colocando a mão pela janela do motorista. Nessa hora, o servidor da segurança pública foi arrastado por alguns metros. Só assim a acusada parou efetivamente o automóvel. 

Renan Sena foi preso e levado para dentro da viatura, para ser conduzido a sede da DRCC, localizada no Complexo da Polícia Civil, no Parque da Cidade. O Correio filmou o momento em que o ativista é detido e levado pelos investigadores. É possível ver, pelas imagens, que dois manifestantes chegam no momento da abordagem. A mulher tenta tirar o ex-funcionário do Ministério da Mulher, Família e dos Direitos Humanos (MMFDH) do automóvel, mas não consegue. 

Os policiais deixam o local às pressas, e são seguidos pela analista judiciária, no Pálio branco. A equipe já tinha se identificado para a dupla e, inclusive, utilizou o rotolight e o sinal visual para que a manifestante parasse de acompanhar a viatura. A mulher não obedeceu e, pelo trajeto, chegou a entrar na contramão diversas vezes, colocando outros veículos em risco de acidente, segundo a Polícia Civil. 


Xingamento e ataque no DPE


No Departamento de Polícia Especializada, no Complexo da corporação, a servidora pública foi impedida de ingressar — qualquer cidadão precisa se identificar na portaria do local antes de entrar. Na catraca, a mulher desceu do veículo exaltada e chegou a bater na viatura da PCDF, no entanto, não ocasionou danos materiais. 

Em meio à confusão, os agentes decidiram abordá-la, mas ela resistiu. A todo momento ela xingou e hostilizou a equipe, gritando que se tratavam de “policiais nojentos e desonestos”, entre outras ofensas e palavras de baixo calão. A analista do TJDFT acabou presa em flagrante. 

Segundo o delegado Dário Taciano de Freitas Junior, a suspeita foi indiciada pelos crimes de “desobediência, desacato e resistência. Toda a prisão está amparada por provas que constatam a ação criminosa”. “Ressalta-se que os depoimentos dos policiais civis, dotados de fé pública, devem ser presumidos verdadeiros, sendo aptos a embasar a situação. No caso, as versões se mostraram harmônicas e coerentes com os demais elementos obtidos”, detalha.

Ainda, o responsável pela operação destaca que a acusada cometeu os crimes desde o momento da abordagem, no SIG. “Em primeiro momento, ela desobedeceu o comendo dos policiais civis para que parasse o veículo. Além disso, agrediu verbalmente mais de um agente, com xingamentos e ofensas. Outro ponto que é importante frisar é que a suspeita resistiu à prisão de forma violenta, se debatendo. Assim, ela poderia se autolesionar”, acrescenta.

O delegado estipulou fiança para que a analista judiciária fosse colocada em liberdade. O valor ficou em R$ 1, 5 mil. Nove advogados, que se deslocaram até a DRCC para acompanhar a prisão de Renan Sena, pagaram o valor. A mulher foi liberada à noite.

Prisão de Renan


Renan Silva Sena foi preso pelos crimes de calúnia e injúria. A PCDF deteve o acusado depois de ele aparecer em vídeo em que xinga o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, e profere injúrias contra o STF e o Congresso. A filmagem foi feita na Praça dos Três Poderes.
 
O homem também é suspeito de ter participado do um ato do movimento “300 do Brasil” — liderado por Sara Winter —, no último sábado (13). Em vídeo, os integrantes do grupo de apoio ao presidente Jair Bolsonaro apontam fogos de artifício para o Supremo Tribunal Federal. Na filmagem, um dos integrantes diz: “É o povo, seus comunistas, seus bandidos… Está entendendo o recado?”.

O ex-funcionário do MMFDH é o mesmo que, em maio, hostilizou e agrediu verbalmente um grupo enfermeiras que protestavam silenciosamente na Praça dos Três Poderes. Renan foi filmado chegando perto de uma profissionais da saúde, tentando afastá-la dos demais manifestantes. “Eu tenho peso. Você tá me ouvindo? Sua analfabeta medíocre”, gritava. 


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