A fala do futuro secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, Carlos Wizard, insinuando “maquiagem” nos dados do novo coronavírus no Brasil gerou forte reação do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass). À coluna da jornalista Bela Megale d’O Globo, Wizard afirmou que gestores inflaram os números de óbitos em busca de mais recursos públicos. Em nota, a entidade que representa os secretários estaduais classificou as declarações como “levianas”.
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“Tinha muita gente morrendo por outras causas e os gestores públicos, puramente por interesse de ter um orçamento maior nos seus municípios, nos seus estados, colocavam todo mundo como covid. Estamos revendo esses óbitos”, disse, nessa sexta-feira.
Na nota oficial, o Conass afirma que as declarações do novo integrante da saúde federal “menospreza a inteligência” da população. “(A fala de Wizard) ofende Secretários, médicos e todos os profissionais da saúde que têm se dedicado incansavelmente a salvar vidas. Wizard menospreza a inteligência de todos os brasileiros, que num momento de tanto sofrimento e dor, veem seus entes queridos mortos tratados como “mercadoria”.
“Sua declaração grosseira, falaciosa, desprovida de qualquer senso ético, de humanidade e de respeito, merece nosso profundo desprezo, repúdio e asco. Não somos mercadores da morte”, termina o Conass.