Jornal Estado de Minas

INFORMAÇÃO FALSA

Justiça manda bolsonaristas apagarem fake news que associavam Jean Wyllys a Adélio Bispo


A Justiça do Rio de Janeiro mandou políticos e apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) apagarem postagens das redes sociais contendo fake news contra o ex-deputado federal Jean Wyllys (PSOL).



As notícias falsas associam o ex-deputado a Adélio Bispo, autor da facada contra Bolsonaro durante a campanha presidencial, em setembro de 2018, na cidade de Juiz de Fora.

A ação judicial foi proposta por Jean Wyllys contra os deputados federais Bia Kicis (PSL-DF) e Bibo Nunes (PSL-RS), o blogueiro bolsonarista Cleuber Carlos do Nascimento, o youtuber Ed Raposo e o empresário Otávio Oscar Fakhoury. Os réus deverão apagar os posts em até 48 horas, sob pena de multa diária de R$ 1 mil.

De acordo com a juíza Márcia Capanema, do 5º Juizado Especial Cível, “não é cabível a censura prévia”, mas “se o direito de liberdade de expressão é abusivo e exageradamente ofensivo, este comportamento deve ser vedado pelo Poder Judiciário”.

Jean Wyllys também moveu processos contra o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filhos do presidente, além do escritor Olavo de Carvalho.

O ex-parlamentar deixou o Brasil em 2019, alegando ter sofrido ameaças de adversários políticos.

Fake News sobre Jean e Adélio

O boato associando Jean Wyllys a Adélio Bispo passou a circular nas redes sociais em 26 de abril, após o ativista Luciano Carvalho de Sá afirmar, em um vídeo no canal de Youtube “Oswaldo Eustáquio”, que teria conversado com o autor da facada.


Entretanto, ao ser interrogado pela Polícia Federal, ele não manteve a versão da história.

O ativista, conhecido como Luciano Mergulhador, alegou no vídeo que havia estado com Adélio de maio de 2018, em um ato contra o ex-presidente Michel Temer. Disse, também, que conversou diretamente com Bispo e que este teria elogiado Wyllys. O ativista ainda sugere que houve uma visita de Adélio à Jean na Câmara dos Deputados.

No fim de maio, Luciano foi interrogado pelo delegado Reginaldo Donizetti Gallan Batista, da Superintendência Regional da PF em Santa Catarina.

No depoimento, Luciano apenas confirmou que tirou uma foto com Adélio. No entanto, ao narrar menções a Wyllys, diz apenas que ouviu “alguém” citar deputados de esquerda, como Wyllys, e não especifica que essa pessoa é Adélio.