Jornal Estado de Minas

CALAMIDADE FINANCEIRA

Zema diz não ter dinheiro para pagar servidores e determina prioridades para aplicação de recursos

Ao detalhar a crise financeira que Minas Gerais enfrenta, agravada pela pandemia do coronavírus, o governador Romeu Zema estabeleceu prioridades para destinar os recursos disponíveis no estado. Zema, que tinha como costume divulgar a data de pagamento do funcionalismo público, não deu qualquer previsão, por causa da queda brusca de receitas.




De acordo com o governador, o combate ao coronavírus está no topo da lista de prioridades de destinação de recursos do governo de Minas. Zema disse que ‘não vai brincar com vidas humanas’ e que está concentrando esforços para minimizar os efeitos da COVID-19 no estado, mas, ao mesmo tempo, procurando soluções para não comprometer ainda mais os cofres públicos.

"Não vamos brincar com vidas humanas. Já fizemos uma série de medidas com custo muito abaixo do mercado. O hospital de campanha custou R$ 5 milhões, 80% doado pela iniciativa privada. Custo por leitos baixíssimo. Conseguimos abrir leitos de UTI, principalmente no interior, também a custo baixíssimo. Compramos 1047 respiradores com recursos que estavam em depósito judicial na questão Vale e Samarco, nas tragédias de Brumadinho e Mariana. Já consertamos a metade de 423 respiradores que não estavam operando. Fomos o único estado do Brasil que comprou EPIs para as prefeituras, repassando a preço de custo. E tínhamos 7% dos leitos de UTI ocupados até ontem com pacientes com COVID-19", afirmou Zema.

Zema também pretende pagar os salários dos servidores que estão na linha de frente do combate ao coronavírus, ou seja, profissionais da saúde e segurança pública, antes de todo o restante do funcionalismo público. O governador, no entanto, não deu uma previsão para que todos tenham os pagamentos creditados na conta.



"Desde que assumi, tive o privilégio, até março deste ano, de todos os meses sinalizar para o funcionalismo público do Executivo em qual data iria receber sua remuneração. Infelizmente não consegui fazer isso nem em abril nem agora em maio, devido a essa queda na receita. Os números ficaram totalmente imprevisíveis e não vou mentir, não vou fazer compromisso e não cumprir. Vou ser muito claro: não sei a data porque não tenho dinheiro e não sei que dia vou conseguir esse valor para pagar. Essa é a situação do estado”, concluiu.

A queda vertiginosa das receitas preocupa o governo do estado. De acordo com Zema, o mês de maio será ‘pior’ que o de abril, uma vez que os números devem despencar ainda mais, em função da queda de arrecadação.