Jornal Estado de Minas

POLÍTICA

Apoiadores de Bolsonaro se dividem entre manter e cancelar manifestação do dia 15 de março

Apoiadores do presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), estão divididos sobre a participação no movimento nacional pró-governo, inicialmente marcado para este domingo, dia 15 de março. Em Belo Horizonte, a mobilização estava prevista para acontecer na Praça da Liberdade, Região Centro-Sul da capital mineira. Apesar do discurso governista, a divulgação da mobilização cita ataques ao Congresso Nacional e ao Supremo Tribunal Federal (STF). Bolsonaro desconvocou a mobilização na última quinta-feira, por conta do avanço do coronavírus no Brasil.


 
Movimento direitista de Minas Gerais, o Direita Minas divulgou nessa sexta-feira que seguirá a recomendação de Bolsonaro. “Por orientação do presidente Jair Bolsonaro, em respeito à sua posição, não participaremos da organização das manifestações do dia 15. Agradecemos a compreensão de todos”, diz a nota.
 
Apesar do posicionamento de um dos principais movimentos de direita do estado, alguns apoiadores do presidente insistem em participar da manifestação. Algumas mensagens com as #DesculpaJairMasEuVou e #DesculpaJairMasEuVouDia15 foram publicadas nas redes sociais desde a desconvocação de Bolsonaro.
 
“Guru” das ideias de Bolsonaro, Olavo de Carvalho é uma dessas pessoas que segue com a convocação para a manifestação pública nacionalmente. “Eu vou, o bicho vai pegar. Enquanto Bolsonaro destrói a destruição, nós cancelamos o cancelamento. Dia 15, todos na rua!”, publicou nas redes sociais. O movimento no restante do país segue a tendência de BH, com alguns grupos desconvocando o ato e outros adeptos o mantendo.


 

Pedido de Bolsonaro

 
Na noite da última quinta-feira, em pronunciamento oficial veiculado no rádio e na TV, Bolsonaro pediu aos apoiadores que repensassem a ida às manifestações previstas para este domingo. Pouco antes, durante transmissão ao vivo semanal que faz pelo Facebook, o presidente foi mais direto e sugeriu o adiamento dos protestos.
 
Após ter dito na última terça-feira que a “questão do coronavírus” não era “isso tudo” e que se tratava muito mais de uma “fantasia” propagada pela mídia no mundo todo, Bolsonaro recuou. Devido ao contato recente com infectados, como o secretário de Comunicação da República, Fábio Wajngarten, o presidente realizou exames de rotina, mas testou negativo à doença.
 
“O que nós devemos fazer agora é evitar que haja uma explosão de pessoas infectadas, porque os hospitais não dariam vazão a atender os pacientes. Se o governo não tomar providências sobe, e depois de um certo limite, o sistema não suporta. Pode morrer pessoas por outros motivos, vão dizer que é o coronavírus. Como presidente da República, tenho que tomar alguma posição. Se bem que o movimento não é meu, é espontâneo e popular. Uma das ideias é adiar, suspender, adiar, e daqui um mês, dois, fazer a manifestação. Já foi dado um tremendo recado ao Parlamento. O recado foi dado”, disse Bolsonaro na rede social.
 

Coronavírus no Brasil e em Minas

 
No mais recente balanço do Ministério da Saúde, disponibilizado na tarde deste sábado, o número de casos confirmados do coronavírus chegou a 121, com outros 1.496 suspeitos. Duas confirmações estão em Minas Gerais: uma em Divinópolis, e outra em Ipatinga.
 
Secretaria de Estado de Saúde divulgou, também na tarde deste sábado, outros dois casos de coronavírus em Minas, ainda não contabilizados nas contas federais. Os pacientes moram nas cidades de Juiz de Fora Patrocínio.