Jornal Estado de Minas

Em evento do Dia da Mulher no Planalto, Regina Duarte fala de feminismo

A nova secretária especial da Cultura, Regina Duarte, participou na tarde desta sexta-feira (6) da solenidade do Dia da Mulher no Palácio do Planalto. Durante o discurso, a atriz relembrou um de seus principais papéis vividos na televisão, na pele de Chiquinha Gonzaga. Ela ressaltou que a mesma foi a ‘pioneira do feminismo’.


 
“Me lembro agora várias personagens que já interpretei que são muito representativas e que me acrescentaram muito como mulher. Gostaria de destacar Chiquinha Gonzaga, que foi uma pioneira, eu considero, do feminismo, mantendo toda a sua feminilidade, uma mulher de cultura, criadora de músicas que ficaram para sempre no nosso cancioneiro. Carnaval. A primeira marchinha de Carnaval  foi criada por ela, era uma mulher à frente do seu tempo, aos sessenta e tantos anos se apaixonou por um rapaz bem mais jovem que ela, enfrentou essa dificuldade, que naquela época era um tabu enorme para as mulheres. Quando foi morar em Portugal dizendo a todos que era filho dela porque era uma vergonha estar próxima de um rapaz tão jovem, Chiquinha então criou a Casa do Direito Autoral dos Artistas, pois para sobreviver, ela precisava dos rendimentos da sua música, que continuava sendo tocada no Brasil e pelas quais ela não recebia nada. Então ela fundou a Casa do Direito Autoral, que até hoje apoia os artistas”, explicou Regina.
 
Ao mesmo tempo, a nova secretária defendeu o papel da mulher na sociedade e no cuidado da família. O discurso foi assistido pelo presidente Jair Bolsonaro, a primeira-dama Michelle Bolsonaro, a ministra da Mulher, Damares Alves, o vice-presidente Hamilton Mourão e a esposa, Paula Mourão. 
 
“Nós mulheres estamos vivendo um momento bastante difícil, de transições. Acho que houve muitas conquistas extraordinárias e também muitas perdas. Gostaria de falar do quanto a família precisa dessa mulher equilibrando e rodando esses pratos da sua enorme responsabilidade na sociedade, dedicando mais tempo às crianças e, com isso também, sendo um ser social ativo, participante e criador. Acho que isso se reflete na dificuldade e essa é a grande meta de desafios que nós mulheres temos que enfrentar daqui para frente”, concluiu Regina.


 
A primeira-dama, Michelle, repreendeu o marido por ele conversar com Mourão enquanto ela discursava e fez um "psiu! Posso continuar?" no microfone. O ato arrancou risadas dos presentes na cerimônia.
Bolsonaro por sua vez, não discursou, mas ao final do evento, pegou o microfone e se declarou para Michelle. "Enquanto houver mar, eu sempre vou te amar", disse.
 
“Como disse meu esposo uma vez, dizendo que as duas ministras valem por dez homens, isso é verdade. Para todas nós que, dia após dia, por meio de nossas ações, dedicação e amor, estamos contribuindo para que nossas famílias vivam num país mais justo e inclusivo”, concluiu.