O decano do Supremo Tribunal Federal, ministro Celso de Mello, afirmou em nota que considera "gravíssima" a convocação de manifestações contra o Congresso Nacional e afirmou que caso revela a "face sombria de um presidente que desconhece o valor da ordem constitucional" e que não está "à altura do altíssimo cargo que exerce'. O decano frisou: "O presidente da República, embora possa muito, não pode tudo".
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Celso de Mello: 'O presidente da República, embora possa muito, não pode tudo'Bolsonaro ofende jornalista Patrícia Campos Mello ao citar depoimento em CPICom Celso de Mello de atestado, julgamentos do STF sofrem impactoBolsonaro pode ser acusado de crime de responsabilidade por convocação para ato"O presidente da República, qualquer que ele seja, embora possa muito, não pode tudo, pois lhe é vedado, sob pena de incidir em crime de responsabilidade, transgredir a supremacia político-jurídica da Constituição e das Leis da República", conclui Celso de Mello.
Nessa terça-feira, 25, o Estado revelou que Bolsonaro compartilhou pelo WhatsApp vídeo de convocação para protestos de teor anti-Congresso Nacional. A gravação exibe a facada que o então candidato à Presidência sofreu em Juiz de Fora (MG), em setembro de 2018, para dizer que o presidente "quase morreu" para defender o País e que agora precisa "que as pessoas vão às ruas para defendê-lo". A mensagem que acompanha o vídeo afirma: "- 15 de março/Gen Heleno/Cap Bolsonaro/O Brasil é nosso, não dos políticos de sempre".
Lideranças políticas da oposição reagiram à divulgação do vídeos por parte do presidente, afirmando se tratar de um ataque à separação dos poderes. Mais cedo, o ministro Gilmar Mendes afirmou que as instituições brasileiras "devem ser honradas por aqueles aos quais incumbe guardá-las".
Bolsonaro respondeu às críticas afirmando se tratar de "troca de mensagens de cunho pessoal, de forma reservada". "Qualquer ilação fora desse contexto são tentativas rasteiras de tumultuar a República", afirmou.