(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas NOVO INQUéRITO

Por ordem de Moro, PF investiga Lula

Ministro acusa ex-presidente de violar a Lei de Segurança Nacional por afirmar que Bolsonaro governa para milicianos


postado em 20/02/2020 04:00 / atualizado em 20/02/2020 08:16

Durante discurso após ser solto, Lula criticou o governo e fez acusações contra o presidente Bolsonaro (foto: Carl de Souza/AFP %u2013 8/11/19)
Durante discurso após ser solto, Lula criticou o governo e fez acusações contra o presidente Bolsonaro (foto: Carl de Souza/AFP %u2013 8/11/19)
Brasília – O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é alvo de um inquérito aberto pela Polícia Federal para investigar declarações que ele fez em novembro do ano passado. A investigação foi aberta a pedido do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, que acusa Lula de violar a Lei de Segurança Nacional por afirmar que o presidente Jair Bolsonaro governa para milicianos. O petista foi ouvido em Brasília ontem. As investigações correm em sigilo.

Lula prestou depoimento no posto da PF no aeroporto de Brasília. Ao ser concluído, o inquérito pode ser enviado ao Poder Judiciário, caso ocorra indiciamento. As declarações do ex-presidente que motivaram o ato de Moro ocorreram no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Paulo, após ele ser libertado da prisão.

“Tem gente que fala que tem de derrubar o Bolsonaro. Tem gente que fala em impeachment. Veja, o cidadão foi eleito. Democraticamente, aceitamos o resultado da eleição. Esse cara tem um mandato de quatro anos. Mas ele foi eleito para governar para o povo brasileiro, e não para governar para os milicianos do Rio de Janeiro”, declarou Lula na ocasião.

Na tarde de ontem, Lula prestou depoimento na Justiça Federal de Brasília, no processo relacionado à edição da Medida Provisória 471, que estendeu benefícios fiscais para montadoras. Ele é acusado de receber propina para enviar o texto ao Congresso.

A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, criticou a abertura de investigação sobre as declarações de Lula. “Usar uma lei do regime militar para cercear a liberdade de expressão de um ex-presidente da República. Ele fazia um comentário político. Moro acusa Lula de ofender a honra do presidente Jair Bolsonaro, já temos aí um erro jurídico, pois essa lei não trata disso. Por que essa lei não foi usada quando o filho do presidente falou que bastaria um cabo e um soldado para fechar o STF? Vai ser usada contra o general Augusto Heleno que falou em chamar o povo para ir contra o Congresso?”, disse.


Bate-boca


Durante o depoimento à Justiça Federal, Lula discutiu com um procurador do Ministério Público. O petista se irritou com as perguntas feitas pelo procurador da República Igor Miranda da Silva e disse que está cansado de ser alvo de ilações. “Estou cansado de mentiras”, disse em determinado momento.

“A desgraça de quem conta a primeira mentira é passar o resto da vida mentindo. Eu desafio qualquer um a provar que recebi 5 centavos de algum empresário. Parem de insinuar coisas a meu respeito”, disse o ex-presidente ao representante do MP. O petista disse ainda que nasceu em um lugar “onde as pessoas eram pobres, mas tinham dignidade”.

O procurador, formado em direito pelo Uniceub e aprovado no concurso para o Ministério Público Federal em 2012, respondeu afirmando que é “negro e nasceu na periferia” e que apenas está cumprindo seu papel no julgamento.

Igor Miranda foi indicado para atuar nos processos da Operação Zelotes, que investiga irregularidades em um contrato de compra de caças suecos no governo petista.

Lula responde à ação penal pela acusação de receber propina para editar a MP 471, que estendeu benefícios fiscais para montadoras. Em depoimento, o ex-chefe do Executivo negou ter recebido empresários para tratar do assunto e disse que as MPs tramitam no Congresso Nacional, e não no governo.
 



receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)