Jornal Estado de Minas

Governo de Rondônia determina recolhimento de livros das escolas e recua

(foto: Reprodução )
O governo de Rondônia determinou, nesta quinta-feira (6), que fossem recolhidos dezenas de livros das bibliotecas das escolas do estado, entre eles clássicos da literatura brasileira como "Macunaíma", "Agosto" e "Os Sertões", mas voltou atrás. A alegação era de que as obras tinham “conteúdos inadequados às crianças e adolescentes”. O governo chegou a negar a existência do documento, mas depois passou a alegar que o secretário de educação não o assinou.


 
A lista de obras censuradas continha 43 títulos. Autores consagrados como Carlos Heitor Cony, Euclides da Cunha, Ferreira Gullar e Nelson Rodrigues. Também foram citados os livros "O Castelo", de Franz Kafka, "Memórias Póstumas de Bras Cubas", de Machado de Assis, "A Vida como ela é" e "Beijo no Asfalto", de Nelson Rodrigues.
 
O texto estava em nome do secretário de educação, Suamy Lacerda de Abreu, mas a assinatura eletrônica no sistema era da diretora de educaçao do órgão, Irany de Oliveira Lima Morais, terceira na hierarquia da secretaria.
 
Professores e outros funcionários da rede conseguiram acessar o documento, datado de quarta-feira (5), no sistema interno do governo, meio pelo qual os comunicados são feitos atualmente. No entanto, às 14h15, o memorando foi tornado “restrito” e não era possível mais visualizar seu conteúdo.
 
Os livros já haviam sido inclusive colocados em caxias para serem recolhidos, a pedido das coordenadorias de educação. A carta do secretário era justamente dirigida aos coordenadores regionais.
 
O governador de Rondônia é o Coronel Marcos Rocha (PSL), que já foi chefe do Centro de Inteligência da PM/RO e secretário municipal de educação de Porto Velho. 
 
Com informações de O Estado de S. Paulo